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Presidente da Lusa diz que agência pode fornecer um pacote gratuito com orçamento de 20 milhões

O presidente do conselho de administração, Nicolau Santos, afirmou que a agência de notícias pública pode fornecer informação de forma gratuita para os media portugueses e dos PALOP, mas tal requer um reforço orçamental para 20 milhões de euros.
  • Presidente do Conselho de Administração da Lusa, Nicolau Santos
2 Dezembro 2019, 13h51

“A Lusa pode, se houver por parte da Assembleia da República interesse, em fornecer, gratuitamente, um pacote informativo alargado a todos os órgãos de comunicação social em Portugal e aos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa [PALOP]”, afirmou o presidente do conselho de administração da agência de notícias Lusa, Nicolau Santos, durante a conferência “Financiamento dos Media”, esta segunda-feira, em Cascais.

O pacote informativo referido seria composto por textos e audio e seria entregue aos órgãos de comunicação social de Portugal e dos PALOP. Contudo, tal empreendimento representa a necessidade de um reforço orçamental da agência noticiosa para 20 milhões de euros. Este é um valor que o presidente da Lusa considerou ser “muito barato”, tendo em conta o que pode estar em causa.

A proposta teria de ser discutida na Assembleia da República, antes de mais. Para Nicolau Santos, caberá ao Parlamento decidir qual a importância de ter uma comunicação social livre e independente, suportada, em parte, pelo próprio Estado.

“A sociedade tem que estar consciente que a informação livre, plural e diversificada é um dos pilares da democracia e, sem isto, as coisas vão-se complicar. Cada órgão de comunicação que desaparece é menos um pilar da democracia”, sustentou.

O responsável pela Lusa salientou, ainda, a importância de existirem órgãos de comunicação privados, considerando que as fusões de grupos de comunicação social “não fortalecem a informação livre, plural e diversa”, numa alusão à aquisição em curso da Media Capital pela Cofina.

Sobre as condições de trabalho da generalidade dos jornalistas, Nicolau Santos argumentou que não é o mercado que vai resolver os problemas em causa, exemplificando que os jovens entre os 25 e os 30 anos estão disponíveis para pagar por entretenimento, mas não por informação.

Em 2019, o orçamento da agência Lusa foi de 12,8 milhões de euros, após um corte de cerca de 460 mil euros. A Lusa é detida em 50,14% pelo Estado, seguindo-se acionistas privados como a Global Media Group (23,36%) ou a Impresa (22,35%), entre outros.

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