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Nissan considera “lamentável” fuga de Ghosn para o Líbano

A construtora diz que continuará a tomar medidas judiciais contra o executivo que é acusado de vários crimes, entre os quais o de fraude fiscal e gestão danosa.
  • Carlos Ghosn
8 Janeiro 2020, 08h05

A construtora automóvel japonesa Nissan considerou a fuga do ex-presidente da empresa Carlos Ghosn para o Líbano “um ato que desafia o sistema judicial” do país. “A fuga do ex-presidente Carlos Ghosn para o Líbano sem autorização do tribunal, em violação das condições da libertação sob fiança, é um ato que desafia o sistema judicial do Japão”, indicou a Nissan num comunicado divulgado uma semana depois de Ghosn, de 65 anos, se encontrar no Líbano.

“A Nissan considera isto extremamente lamentável”, acrescentou. O empresário tinha que se apresentar, nos próximos meses, perante os tribunais de Tóquio para responder às irregularidades financeiras de que é acusado durante a gestão da Nissan Motor. Acusado do crime de desvio de dinheiro, fraude fiscal e gestão danosa, o processo de Ghosn deveria começar a ser julgado no Japão no mês de abril.

Recorde-se que na semana passada o Líbano recebeu uma ordem de prisão da Interpol emitida contra Carlos Ghosn, ex-CEO da Renault-Nissan. Albert Serhan, ministro da Justiça libanês, confirmaria que a procuradoria do país recebeu o Red Notice da Interpol. Estes avisos são solicitações às agências policiais em todo o mundo para que localizem e detenham provisoriamente um fugitivo procurado.

Antes de ser preso, em novembro de 2018, Ghosn era o homem mais poderoso da indústria automóvel. Mais tarde, em abril de 2019, o Ministério Público (MP) de Tóquio informou que a última detenção do ex-presidente da Nissan justificava-se pela suspeita de que teria desviado cinco milhões de dólares (4,4 milhões de euros). Os procuradores adiantaram que o dinheiro terá sido desviado de uma subsidiária da Nissan para uma concessionária fora do Japão. A detenção aconteceu pouco mais de um mês depois de ser libertado sob fiança quando se encontrava sob custódia das autoridades, suspeito de má conduta financeira enquanto liderava a fabricante japonesa.

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