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Nissan processa Carlos Ghosn em 83 milhões de euros

A construtora automóvel japonesa pretende “recuperar uma parte significativa dos danos monetários infligidos à empresa pelo ex-presidente como resultado de anos da sua má conduta e atividade fraudulenta”.
12 Fevereiro 2020, 11h31

A Nissan vai processar o ex-presidente Carlos Ghosn, em 83,38 milhões de euros pelos danos causados ​​pelo ex-líder da construtora automóvel japonesa, segundo informa a agência “Bloomberg” esta quarta-feira, 12 de fevereiro.

O processo já foi instaurado no Tribunal Distrital de Yokohama, no Japão, com a Nissan a pretender “recuperar uma parte significativa dos danos monetários infligidos à empresa pelo seu ex-presidente como resultado de anos de sua má conduta e atividade fraudulenta”, referiu em comunicado a construtora automóvel.

O valor desta indemnização poderá vir a aumentar dependendo das multas que a Nissan seja obrigada a pagar. Carlos Ghosn foi preso em novembro de 2018 por acusações de irregularidades financeiras e seria julgado no Japão, mas acabou por fugir para o Líbano no final de dezembro. Os procuradores da Nissan e do Japão alegam que o Ghosn não declarou os seus rendimentos e usou o dinheiro da empresa para obter ganhos pessoais, acusações que Carlos Ghosn negou.

Caso a Nissan seja bem sucedida nesta ação judicial poderá recuperar uma verba que representa uma parte significativa do património líquido de Ghosn. A fortuna de Carlos Ghosn está avaliada em 64 milhões de euros de acordo com estimativas da “Bloomberg”. Um porta-voz de Carlos Ghosn afirmou que os seus advogados ainda não foram capazes de analisar a denúncia, que parece fazer parte das “manobras” da Nissan.

“As ações legais fazem parte da política da Nissan de responsabilizar Ghosn pelos danos e perdas financeiras da empresa como resultado da sua má conduta”, indicou a empresa sediada em Yokohama.

A Nissan não é a única que pretende processar Carlos Ghosn. Masako Mori, ministra da Justiça do Japão, disse recentemente que “nunca desistirá” de levar Carlos Ghosn a julgamento, embora o país tenha feito poucos progressos nos seus esforços para que ele regresse do Líbano, que não tem acordo de extradição com o Japão.

Por sua vez, Carlos Ghosn está também a processar a Nissan, dizendo que foi indevidamente demitido da unidade holandesa da construtora e por uma joint venture chamada Nissan-Mitsubishi BV, exigindo 15 milhões de euros em rendimentos perdidos.

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