Os portugueses associam as alterações climáticas à falta de dinheiro na carteira, mais especificamente ao aumento de preços que se tem sentido. Este é o resultado do inquérito mundial Healthy & Sustainable Living 2022 da consultora portuguesa Greenlab e da multinacional GlobeScan, no qual foram inquiridos mil portugueses.
O estudo mostra que 73% dos portugueses notam ter sido afetados pelas alterações climáticas através do aumento do preço dos alimentos, sendo este valor superior à média global, que se fixou nos 57%. De relembrar que o preço dos cereais aumentou desenfreadamente depois da guerra na Ucrânia. Depois ao aumento dos preços, os portugueses mostraram-se mais preocupados com o calor extremo.
A nível global, os consumidores apontam que a guerra, alterações climáticas e ambiente estão entre as suas principais preocupações. No entanto, a lista diverge, uma vez que a pobreza extrema é a segunda preocupação mais alta em Portugal, com a guerra a situar-se no primeiro lugar.
O aumento do custo de vida – através do aumento dos preços – tem-se revelado uma dificuldade quando os consumidores pretendem adotar um estilo de vida mais saudável e sustentável, considerando que os produtos ‘amigos do ambiente’ são mais caros do que a restante indústria.
Neste inquérito, os consumidores mostraram-se mais preocupados com questões ambientais, nomeadamente o esgotamento de recursos naturais e com as alterações climáticas, que têm apresentado peso nas suas vidas.
Com os portugueses mais ambientalistas, os inquiridos notam alguns comportamentos que podem vir a adotar nos próximos anos para atingir as metas climáticas: 61% pondera usar energia renovável, 58% acredita conduzir carros elétricos e 53% admite a possibilidade de não ser possível adquirir bens produzidos de plástico.
Entre as ações mais amigas do ambiente, os portugueses são fervorosos adeptos do uso de sacos próprios, com 86% dos inquiridos a levarem os seus próprios sacos para levar as compras, bem como a reciclagem e poupança em aquecimento.
Ainda na lista de preocupações dos consumidores nacionais, 68% destaca a escassez de alimentos, 65% o fosso entre ricos e pobres, 60% o tratamento desigual das mulheres, 51% o estado da economia global e 35% a divisão social e política no país.