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No adeus ao Presidente laico, há quem chore e reze junto à urna de Soares

Milhares de cidadãos anónimos juntaram-se a figuras públicas para prestar a última homenagem ao antigo Presidente.
  • Cristina Bernardo

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10 Janeiro 2017, 11h53

João Soares chegou à Sala dos Azulejos, onde está a urna do pai, acompanhado dos filhos, da mulher e do primo Eduardo Barroso, por volta das 10 horas. De pé, atrás dos restos mortais de Mário Soares, cumprimentou anónimos e personalidades como o antigo ministro e presidente do Tribunal de Contas, Guilherme d’Oliveira Martins, ou o empresário Rui Nabeiro.

No exterior do Mosteiro dos Jerónimos, milhares de pessoas engrossavam já as filas para prestar a última homenagem ao presidente desaparecido no último sábado.

A popularidade do presidente agnóstico, laico e republicano é visível no adeus. Alguns cidadãos limpam as lágrimas, outros benzem-se. João Branco, piloto de aviões com 54 anos, chegou ontem à noite de um voo e hoje de manhã aproveitou a folga para prestar homenagem a Mário Soares. “Deixou-nos um legado de liberdade”.

A mesma opinião tem Anastácio Batista, um guineense de 38 anos, que vive em Portugal. Técnico de energias renováveis, considera o antigo presidente da República “um grande político” que “sempre pensou nos outros povo, sobretudo os das ex-colónias”.

Pouco depois das 11 horas, as visitas à Sala dos Azulejos terminaram e apenas permanecem no espaço alguns membros da família e amigos. A jornalista Clara Ferreira Alves e Rui Nabeiro permanecem na sala.

A urna do presidente, ladeada por seis elementos das forças armadas, tem apenas quatro coroas de flores. Uma do primeiro-ministro, António Costa, outra dos deputados, outra do presidente da República. A última é dos filhos e dos netos, que expressam o “amor” pelo presidente falecido.

É no claustro que centenas de coroas de flores se dispersam num dos corredores, onde milhares de anónimos se confundem com figuras destacadas, como o presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, ou o antigo ministro das Finanças Miguel Cadilhe. “Foi o maior político português do século XX”, lembrou o economista.

É no claustro do Mosteiro dos Jerónimos que será conduzida a homenagem fúnebre a partir das 13 horas, com intervenções dos filhos de Mário Soares e de figuras ilustres do Estado. O Coro de São Carlos faz os últimos preparativos para a cerimónia e o fim das visitas à urna coincide com o hino nacional.

Dentro de momentos, na sessão evocativa de Mário Soares, será ouvido  o poema “Os dois sonetos de amor da hora triste”, da autoria de Álvaro Feijó. A declamá-lo estará Maria Barroso, que numa intervenção gravada fará a última homenagem ao seu companheiro de vida.

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