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Nobel: Quem são os três pioneiros na luta contra a pobreza

Esther Duflo, Abhijit Banerjee e Michael Kremer trabalharam em dezenas de países dos cinco continentes.
  • Copyright © Nobel Media 2019. Illustration: Niklas Elmehed
15 Outubro 2019, 07h46

A francesa Esther Duflo, do Massachusetts Institute of Technology (MIT), já entrou para uma lista muito restrita. Aos 46 anos, tornou-se na vencedora mais jovem da história do Nobel da Economia e é também apenas a segunda mulher a ser distinguida com este prémio. Aliás, Esther e Abhijit Banerjee, 58 anos, nascido na Índia, são casados e trabalham no Massachusetts Institute of Technology MIT), nos Estados Unidos, enquanto Kremer é académico na Universidade de Harvard.

Antes do Nobel, Esther foi galardoada com diversos prémios, incluindo a medalha John Bates Clark, em 2010, que distingue os trabalhos de economistas nos Estados Unidos com menos de 40 anos. Em 2013, a Casa Branca escolheu-a para assessorar o presidente Barack Obama em temas de desenvolvimento e fez parte do novo Comité para o Desenvolvimento Mundial.

“É uma intelectual francesa de centro-esquerda que acredita na redistribuição e na noção otimista do que o amanhã poderá ser melhor que hoje”, escreveu a revista New Yorker sobre ela numa edição especial dedicada a inovadores da atualidade.

Durante mais de quinze anos, Abhijit V. Banerjee e Esther Duflo trabalharam em dezenas de países dos cinco continentes, tentando compreender os problemas específicos que surgem com a pobreza e encontrar soluções consistentes. No livro “A Economia dos Pobres” repensam a economia da pobreza, e inteiramente prático nas sugestões que oferece, permitindo uma visão autêntica das vidas dos mais pobres do mundo.

Já Michael Kremer tem 54 anos, nasceu nos Estados Unidos e desenvolveu lá toda a sua carreira, embora parte da sua investigação diga respeito a metodologias para melhorar a educação de alunos no Quénia. Os trabalhos conduzidos pelos laureados “introduziram uma nova abordagem para obter respostas fiáveis sobre a melhor maneira de reduzir a pobreza no mundo”, adiantou a Academia.

Em comunicado, a Real Academia explicou que essa abordagem envolve dividir o tema [da pobreza global] em perguntas mais pequenas e mais fáceis de gerir – por exemplo, as intervenções mais eficazes para melhorar os resultados na educação ou na saúde infantil.

“Mostraram que estas perguntas mais pequenas, mais precisas, são muitas vezes respondidas da melhor forma através de experiências, desenhadas de forma cuidada, entre pessoas que estão entre as mais afetadas”, adiantou.

A Real Academia recordou que a partir da parte final dos anos noventa, Michael Kremer e os colegas demonstraram o poder desta abordagem, usando experiências no campo para teste um leque de intervenções que poderiam melhorar os resultados em escolas no ocidente do Quénia.

O Prémio de Ciências Económicas (oficialmente, Prémio Sveriges Riksbank de Ciências Económicas em Memória de Alfred Nobel) tem o valor de nove milhões de coroas suecas, cerca de 860 mil euros, a dividir pelos três economistas.

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