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Nomad Tech e INOV investem 1,1 milhões de euros na interoperabilidade ferroviária

A nova solução tecnológica ‘made in Portugal’ deverá estar operacional no final de 2022, sendo financiada por fundos comunitários ao abrigo do Programa Portugal 2020.
  • Cristina Bernardo
25 Março 2021, 17h58

A Nomad Tech e o INOV – Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores Inovação vão investir 1,1 milhões de euros no desenvolvimento de um sistema STM – Specific Transmission Module para fomentar a interoperabilidade ferroviária em Portugal.

“O consórcio Nomad Tech e INOV – Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores Inovação vê aprovado o financiamento do projeto de investigação e desenvolvimento tecnológico STM (Specific Transmission Module), ao abrigo do Programa Portugal 2020, no qual será investido um total de 1,1 milhões de euros até ao final de 2022”, revela um comunicado divulgado hoje, dia 25 de março.

De acordo com o documento, “esta solução tecnológica ‘made in Portugal’ permite a migração do atual sistema ATP – ‘Automatic Train Protection’ – CONVEL – para o novo ‘standard’ Europeu de gestão de tráfego ferroviário ERTMS – ‘European Railway Traffic Management System'”.

“O sistema ERTMS, quando instalado em conjunto com o módulo STM no material circulante, irá permitir que este possa circular em vias equipadas com o sistema ATP atual (CONVEL)”, garante o mesmo comunicado, acrescentando que “este projeto visa o estudo e desenvolvimento de uma solução que garanta a interoperabilidade entre os diversos sistemas e gerações existentes, permitindo a integração progressiva com o ERTMS”.

Os responsáveis deste consórcio assinalam que “o apoio financeiro aprovado pelo Programa Portugal 2020 permitirá dar continuidade e assegurar a conclusão dos trabalhos já em curso pela Nomad Tech e INOV” e destacam que “o sistema ‘Specifc Transmission Module (STM)’, em desenvolvimento, constituirá um passo fundamental para solucionar o problema do obsoletismo dos atuais mecanismos de gestão de tráfego, e contribuirá para a interoperabilidade ferroviária”.

E anunciam que “a solução ficará disponível no mercado no final de 2022, sendo os diversos operadores ferroviários nacionais e europeus os que com ela mais beneficiarão”.

“Na Europa, existe atualmente uma grande diversidade de sistemas de controlo, comando e sinalização ferroviários, originando constrangimentos significativos ao nível da interoperabilidade em diversos corredores internacionais. Esta variedade de sistemas torna a circulação ferroviária entre diferentes países Europeus complexa, demorada e, consequentemente, com elevados custos associados. Assim, tendo em conta a realidade do sistema nacional e internacional, bem como o permanente crescimento estado de obsolescência dos equipamentos de controlo automático de velocidade, torna-se necessário apresentar uma solução inovadora no que diz respeito à migração para o sistema ERTMS, que promova a uniformização e interoperabilidade do setor ferroviário na Europa, contribuindo para a livre circulação de pessoas e mercadorias dentro da comunidade Europeia”, defende o consórcio.

Recorde-se que a aprovação deste financiamento insere-se no sistema de incentivos à investigação e desenvolvimento tecnológico (SI I&DT) suportado pelos orçamentos do Programa COMPETE – Programa Operacional Temático Competitividade e Internacionalização e Programas Operacionais Regionais, na sua componente FEDER, no âmbito do Programa PORTUGAL 2020.

A Nomad Tech é uma empresa tecnológica portuguesa que atua no mercado internacional dos transportes ferroviários. Com instalações no Porto, Lisboa e Berlim, conta no seu portefólio de clientes com importantes operadores ferroviários de dimensão mundial, tais como a alemã Deutsch Bahn – DB, a espanhola RENFE, os noruegueses NSB/Mantena, os finlandeses VR, os suíços SBB e o operador australiano, entre outros.

Por seu turno, o INOV é uma das maiores infraestruturas tecnológicas nacionais no domínio das tecnologias da informação, comunicações e eletrónica (TICE), assumindo-se como um instituto dinamizador das relações entre as instituições de ensino superior, a sociedade e a economia, “com vista ao aumento da sua competitividade”.

 

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