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Nova embaixada dos EUA em Jerusalém vai abrir no dia 15 de maio de 2018

Departamento de Estado norte-americano anunciou a data de abertura da embaixada em Jerusalém que vai coincidir com o 70º aniversário da declaração de independência de Israel. “Uma provocação aos árabes”, criticou um dirigente palestiniano.
24 Fevereiro 2018, 15h20

Na campanha para as eleições presidenciais dos EUA, em 2016, o candidato Donald Trump prometeu reconhecer Jerusalém como a capital de Israel. No final de 2017, o presidente Trump cumpriu a promessa e anunciou desde logo a transferência da embaixada norte-americana em Israel (instalada atualmente na cidade de Tel Aviv) para Jerusalém. Agora foi definida a data de abertura da nova embaixada em Jerusalém: 15 de maio de 2018, coincidindo com o 70º aniversário da declaração de independência de Israel.

O anúncio foi realizado ontem pelo Departamento de Estado dos EUA, através de um comunicado em que se descreve a transferência da embaixada como um “passo histórico”. A celeridade do processo é uma surpresa, pois o vice-presidente Mike Pence dissera, em meados de janeiro, que a nova embaixada só iria abrir em 2019. Importa recordar que na altura em que Trump avançou com o reconhecimento de Jerusalém como a capital de Israel, além da transferência da embaixada norte-americana, eclodiram protestos violentos nos territórios palestinianos que resultaram em várias vítimas mortais.

Para os palestinianos, o dia 15 de maio é celebrado de forma diametralmente oposta: ao contrário dos israelitas que festejam a declaração de independência do seu Estado-nação, os palestinianos comemoram a “Nakba” (“catástrofe” ou “desastre” em árabe) de 1948, lembrando os mais de 750 mil palestinianos que fugiram ou foram expulsos das suas casas (entre 1947 e 1949) situadas em territórios anexados pelos israelitas no decurso da Guerra da Palestina.

Aliás, esse é um dos maiores entraves históricos ao estabelecimento da paz entre israelitas e palestinianos (além do estatuto de Jerusalém, que ambas as partes reivindicam como capital, e o problema mais complexo da continuidade territorial de um futuro Estado palestiniano), na medida em que os palestinianos expulsos ou respetivos descendentes exigem regressar às suas casas, aos seus territórios de origem, completamente transformados ao longo de 70 anos.

Perante o anúncio da data de abertura da nova embaixada norte-americana em Jerusalém, em declarações à agência de notícias AFP, um dirigente palestiniano considerou que se trata de “uma provocação aos árabes” e “uma flagrante violação do direito internacional”. Por sua vez, Saeb Erekat, secretário-geral da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), avisou que a consequência desta decisão dos EUA será “a destruição da opção de dois Estados”, isto é, o plano de paz centrado na fundação de um Estado palestiano que possa coexistir com o Estado israelita.

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