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Nova geração “exige tecnologia e não quer pagar comissões”, frisa Licínio Pina, do Crédito Agrícola

Presidente do Conselho de Administração Executivo do Crédito Agrícola marcou presença no painel que debateu o “Estado da Nação na Banca”, no Fórum Banca 2017, promovido pelo Jornal Económico e pela PwC.
29 Novembro 2017, 14h02

Com a presença dos CEO dos principais bancos a operar no mercado nacional, o tema “Estado da Nação na Banca” foi abordado e debatido no Fórum Banca 2017, promovido pelo Jornal Económico e PwC.

Questionado sobre os principais desafios que se colocam ao setor bancário e particularmente a cada umas das instituições bancárias, Licínio Pina, presidente do Conselho de Administração Executivo do Crédito Agrícola, afirmou que o futuro será determinado sobretudo por dois fatores: o modelo de negócio e a adaptaçao às novas tecnologias.

Licínio Pina defende que a nova geração de clientes bancários exige tecnologia e não está disposta a pagar comissões,  sejam elas quais forem. Ainda assim, acrescenta, “todos precisam de uma conta bancária para fazer as suas transações, mesmo que para tal recorram essencialmente a uma plataforma digital”.

Sobre a regulamentação, o presidente do CA do Crédito Agrícola afirma que existem, de facto, novos desafios que levam a muitos ajustes, fazendo com que o supervisor , bem como cada um dos bancos, tenham de se preparar e ter respostas à altura.

Licínio Pina deixou ainda uma nota sobre as fintech. “São muito bem vindas ao setor” mas “só poderão existir se os bancos existirem”.

Sobre o posicionamento do Crédito Agrícola neste contexto de desafios e oportunidades, assegura que o banco está a avançar “de forma muito acelerada”.  Tendo em conta que a sua rede, de característica capilar, a evolução só poderá ser feita pela digital. Nesta lógica, também a demografia é um desafio a ter em conta. O responsável recordou que os jovens que saem do interior para estudar nas grandes cidades já não voltam e, nestes casos, “a tecnologia pode ser decisiva”.

Para todos estes cenários, há “parceiros já identificados e estamos também a trabalhar nesta revolução digital de fazer da banca atual uma banca de futuro”, conclui Licínio Pina.

Estabilidade e o futuro

Em matéria de reestruturação, redução de pessoas e balcões, o Crédito Agrícola não teve de enveredar por este caminho e não chegou a tomar estas medidas. Tem neste momento uma rede de 679 balcões, localizando-se maioritariamente na zona interior do país. Ainda assim, e diante dos desafios atuais, Licínio Pina avança que a reestruturação e redimensionamento desta instituição pode acontecer “num futuro próximo”.

Com um conjunto de colaboradores já identificados que mostram estar aquém das competências digitais necessárias, afirma ainda que existirá a necessidade “de substituir algumas pessoas”, na certeza de que a curto prazo uma das principais competências de um qualquer colaborador de um banco será a agilidade e o domínio total das tecnologias”.

Ainda sobre a estabilidade, Licínio Pina sublinhou que nos últimos anos os bancos passaram por problemas complicados, provocados por práticas erradas, mas que, alerta, “estão agora a repetir-se e quem tem responsabilidades no setor tem de estar atento. Nestes últimos tempos tivermos a ajuda do BCE mas isso certamente acabará em breve. E depois, como será? temos de nos preparar para o futuro e, para tal, não podemos criar soluções que não sejam sustentáveis”.

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