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“Nova Guerra Fria”? NATO prepara o maior envio de forças para o leste europeu

Será o maior envio desde o tempo da Guerra Fria. Membros da Aliança Atlântica comprometem-se a ajudar o leste europeu. NATO clarifica que esta é apenas uma medida de carácter defensivo.
27 Outubro 2016, 13h08

A NATO está a preparar a maior movimentação de forças militares para o leste europeu desde a Guerra Fria. Reunidos em Bruxelas, os ministros da Defesa da Aliança Atlântica vão dar seguimento às decisões tomadas na Cimeira de Varsóvia.

Numa altura em que as tensões com a Moscovo se intensificam, a Aliança anuncia que vai enviar já no início do próximo ano mais de 4 000 militares, em quatro batalhões para a fronteira com a Rússia.

O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, esclarece que esta missão não tem em vista um confronto com a Rússia, tratando-se de uma medida de carácter defensivo, “em linha com os compromissos internacionais que passam por defender todos os membros da Aliança”.

“Não queremos entrar em confronto com a Rússia. Não queremos uma nova Guerra Fria e não queremos uma corrida às armas. O que a NATO faz é defensivo e em linha com os compromissos internacionais”, afirma o secretário-geral da NATO.

Para isso, a NATO prevê deslocar um contingente para a Lituânia, Estónia, Letónia e Polónia.

O Reino Unido anunciou esta quinta-feira que vai enviar 800 militares para a Estónia, assim como a França e a Dinamarca.

No início do ano, os EUA já tinham anunciado a intenção de enviar 900 soldados para a Polónia e os norte-americanos comprometem-se a fornecer todo o armamento necessário para assegurar a defesa do leste europeu. É possível que o número de militares anunciados venha a aumentar fruto das negociações entre os membros da Aliança.

O apoio à Letónia será prestado pelo Canadá e pela Itália, ficando a Lituânia ao encargo da Alemanha. A Bélgica, a Croácia e o Luxemburgo devem juntar-se à missão, não sendo conhecidos para já mais pormenores.

Tal como foi anunciado pelo ministro da Defesa português, Alberto Azeredo Lopes, Portugal vai manter-se de fora deste conflito. De acordo com o ministro, “esta excitação bélica nunca dá bom resultado”. Azeredo Lopes fundamenta que “Portugal tem preferido não valorizar demasiado aquilo que a ser demasiado valorizado só favorece os nossos adversários”.

As relações entre a NATO e a Rússia azedaram depois da anexação da península ucraniana da Crimeia pela Rússia em 2014, dando início a uma guerra civil na Ucrânia. Também as sucessivas falhas em restaurar a paz em Alepo são motivo de grande consternação entre os membros da NATO, que afirmam que Moscovo tem exibido a sua frota naval, com a passagem pelas águas de vários Estados rumo ao território sírio.

 

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