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Nova Zelândia: apesar da vitória, Jacinda Ardern pondera coligação

A primeira-ministra, que conseguiu uma maioria absoluta, diz que estará pronta para formar um governo em duas a três semanas. Os Verdes, parceiros até agora e que também se saíram bem nas eleições, assumem a expectativa de se manterem no novo executivo.
18 Outubro 2020, 17h19

Como era esperado, a primeira-ministra neozelandesa Jacinda Ardern e o ‘seu’ Partido Trabalhista conseguiram a maiora absoluta nas eleições deste fim-de-semana – muito à custa da forma como lidou com a pandemia de Covid-19 – mas está pronta para tentar formar um governo de coligação.

O Partido Trabalhista pode governar sozinho depois de conseguir uns históricos 64 lugares em 120, e a primeira-ministra disse que levaria duas a três semanas a formar oficialmente o novo governo, depois de conversas com potenciais parceiros da coligação. “Tenho sido uma construtora de consensos”, disse, citada pelos jornais do país.

A sua principal oponente, a líder do Partido Nacional Judith Collins, disse este domingo que continuaria a comandar a formação, mas não é claro que o partido a queira manter, depois da derrota – que por maioria de razão também é histórica.

Os co-líderes do Partido Verde, James Shaw e Marama Davidson, confirmaram que mantiveram contactos com Ardern, com quem estavam coligados no governo anterior. O partido conquistou 10 lugares no parlamento – dois a mais que os que tinha – e espera ser convidado a juntar-se ao novo governo.

Shaw está confiante de que os Verdes serão incluídos no executivo, para fortalecer a maioria do novo governo. “Queremos vencer novamente em 2023”, disse Shaw. “Estamos mais fortes no final do nosso primeiro mandato no governo do que éramos no início”.

Mas analistas políticos na Nova Zelândia dizem que a líder trabalhista deve tomar precauções: as expectativas da sua liderança são agora tão altas, que será difícil para ela não dececionar os eleitores. O partido está também cheio de novos parlamentares inexperientes, com apenas um punhado de veteranos disponíveis para administrar as pastas importantes.

Em setembro, a Nova Zelândia entrou oficialmente em recessão, como resultado de vários confinamentos e das fronteiras fechadas. A indústria do turismo, a construção e a horticultura sofreram golpes significativos. Portanto, um dos maiores problemas que o país enfrenta é o da recuperação económica e esse será o grande teste à liderança da primeira-ministra.

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