Novo aeroporto. Francisco Calheiros critica número cada vez maior de opções

A Confederação do Turismo de Portugal (CTP) defendeu hoje que quanto mais hipóteses forem apontadas para a construção do novo aeroporto de Lisboa mais difícil será o trabalho da comissão técnica e mais longa será a decisão.

Cristina Bernardo

A Confederação do Turismo de Portugal (CTP) defendeu hoje que quanto mais hipóteses forem apontadas para a construção do novo aeroporto de Lisboa mais difícil será o trabalho da comissão técnica e mais longa será a decisão.

“Começámos com cinco hipóteses e já juntámos mais duas. Quanto mais pusermos, mais vai complicar a decisão, mais vai ser difícil porque todas as hipóteses vão ter que ser estudadas […]. Tememos que, quanto mais hipóteses venham a surgir, mais difícil seja o trabalho da comissão técnica independente e mais morosidade possamos envolver neste processo”, afirmou o presidente da CTP, Francisco Calheiros.

Beja e Alverca entraram na lista de possíveis localizações para o novo aeroporto de Lisboa, depois de propostas à Comissão Técnica Independente (CTI) responsável pela avaliação ambiental estratégica, que as vai analisar, avançou à Lusa, em 28 de janeiro, uma das coordenadoras da CTI.

“Vamos analisar outras opções que, entretanto, também já nos chegaram como propostas […] e a resolução do Conselho de Ministros previa isso, que nós decidíssemos que outras propostas iríamos analisar e, portanto, vamos analisar também, pelo menos mais Alverca e mais Beja, que já nos chegaram”, disse, na altura, em entrevista à Lusa, a professora Rosário Macário, que integra a CTI.

O responsável da CTP, que falava hoje aos jornalistas, em Lisboa, à margem da inauguração de um contador digital com o valor perdido pela não decisão de um novo aeroporto, vincou que a CTP há muito tempo que pede uma decisão, independentemente de qual seja, uma vez que o país não pode estar “50 anos para decidir um novo aeroporto”, o que considerou ser uma vergonha.

Francisco Calheiros disse esperar que não surjam muitas mais alternativas, apontando março como o mês em que será possível ter uma primeira decisão.

“Esperemos que não haja muitas mais alternativas, se não, daqui a bocado, passamos de cinco para sete, de sete para 20 e não sei onde é que vamos parar […]. Temos a certeza de que, até ao final do ano, vamos ter uma decisão”, concluiu.

A CTI, da qual faz parte a confederação do Turismo, tem como coordenadora-geral a professora Rosário Partidário e conta com uma equipa de seis coordenadores técnicos, entre os quais se encontra a professora universitária Rosário Macário, especialista em Planeamento e Operação de Sistemas de Transportes, que ficou responsável pela coordenação da área de planificação aeroportuária.

Criada no final do ano passado, a CTI, instalada no Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), em Lisboa, está neste momento a ouvir “todas as entidades com relevância para o assunto”, para chegar a um conjunto de critérios que “servirão para analisar as várias hipóteses”, explicou Rosário Macário.

Os relatórios com as conclusões da CTI têm de estar fechados até novembro, passando-se depois para a fase de discussões públicas.

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