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Novo Banco captou mais 1,34 mil milhões em depósitos desde a Resolução do BES

Desde 4 de agosto de 2014, aumentou o montante de depósitos de clientes captados em 1,34 mil milhões de euros (para um total de 25.960 milhões de euros, em setembro de 2017). Isto é, os depósitos cresceram em pouco mais de 3 anos de Banco de Transição, 5,5%. Segundo o Novo Banco não estão aqui incluídos os depósitos que foram contrapartida da venda das obrigações seniores a desconto (LME).
21 Novembro 2017, 07h20

O Novo Banco enquanto banco de transição trouxe mais poupanças de clientes, pois desde 4 de agosto de 2014, aumentou o montante de depósitos de clientes captados em 1,34 mil milhões de euros (para um total de 25.960 milhões de euros, em setembro de 2017). Isto é, os depósitos cresceram em pouco mais de 3 anos de Banco de Transição, 5,5%.

Questionado o Novo Banco sobre se este montante de acréscimo dos depósitos já inclui os depósitos bonificados dados como contrapartida aos detentores de obrigações seniores que aderiram ao LME (Liability Management Exercise) a resposta é que nenhum desses depósitos está aqui incluído, nem os do retalho, nem os dos investidores institucionais.

Recorde-se que 95% do retalho aceitou a oferta de recompra de dívida do Novo Banco, e aceitaram depois manter o dinheiro no banco em depósitos, a um juros muito atrativos (só aplicáveis a estes clientes detentores de obrigações). Os investidores institucionais também receberam depósitos em troca de terem vendido as obrigações do Novo Banco a desconto, mas para isso foi criado um veículo (Emerald Bay) pelo Morgan Stanley titulariza os depósitos em títulos transacionáveis. Em causa estava o facto de muitos obrigacionistas do Novo Banco não poderem ter dinheiro aplicado em ativos não transacionáveis, como é o caso dos depósitos. Estes credores não podiam colocar o encaixe da venda das suas obrigações em depósitos do Novo Banco.

O rácio de transformação de depósitos em crédito passou de 140% em 4 de agosto de 2014 para 103% a 30 de setembro de 2017. A desalavancagem é uma realidade do Novo Banco.

Desde o dia 4 de agosto (depois de aplicada a medida de resolução ao BES que originou a criação do Novo Banco enquanto banco de transição), o crédito a clientes caiu 27,1%, ou 9.937 milhões de euros de queda em termos de valor absoluto face à posição de 4 de agosto de 2014. Isto é, em setembro deste ano o crédito atingiu os 26.780 milhões de euros.

Já o ativo caiu 30,2% desde a criação do Novo Banco (ou seja, caiu 21.892 milhões de euros para 50.491 milhões de euros).

Liquidez: de 200 milhões em fim de setembro de 2014 para 6,4 mil milhões em setembro de 2017

Olhando para a evolução da almofada de liquidez do Novo Banco, verifica-se que a 30 de setembro de 2014 o Novo Banco tinha apenas 200 milhões de euros (e assim estava à beira de uma situação de ruptura). Mas no fim de 2014 essa almofada de liquidez era já de 3.300 milhões e no fim de setembro deste ano elevava-se a 6.400 milhões de euros.

Enquanto em 2014, o recurso ao BCE para financiamento era de 8.768 milhões (praticamente era o banco central a sua fonte de financiamento), em setembro deste ano somava 5.121 milhões (caiu 3.647 milhões em pouco mais de três anos).

“A liquidez foi  fortemente reforçada com o buffer a aumentar para 6,2 mil milhões e ao mesmo tempo anulámos 3,5 mil milhões de euros de financiamentos garantidos pelo Estado”, diz o Novo Banco ao Jornal Económico.

Na conta de resultados, o Novo Banco tinha provisões constituídas desde 4 de agosto a 31 de dezembro de 2014, no valor de 699,1 milhões e estas aumentaram ao longo dos anos, chegando a 1.374,7 milhões de euros no ano de 2016 e aos 563,2 milhões desde janeiro até setembro de 2017.

“O saneamento das contas afectaram os resultados, com as provisões acumuladas nestes 4 exercicios em 3,7 mil milhões de euros”, diz o Novo Banco.

Estes dados são pró-forma sem o BESI que foi vendido ao Haitong, tendo sido considerado como unidade em descontinuação, tal como previsto nas regras contabilísticas do IFRS 5.

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