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Novo Banco. IL diz que “trabalhadores são as vítimas mais ignoradas deste circo”

João Cotrim Figueiredo, deputado da Iniciativa Liberal, pretende uma comissão de inquérito parlamentar para dissipar as dúvidas que pairam sobre o Novo Banco, que penalizam a gestão, reputação e trabalhadores do banco. E ataca o Governo, que diz que “mentiu sobre consequências financeiras” da venda do banco.
  • Mário Cruz/Lusa
25 Setembro 2020, 12h34

A Iniciativa Liberal (IL), que apresentou uma proposta para a criação de uma comissão de inquérito parlamentar (CPI) sobre o Novo Banco, mostrou preocupação com os trabalhadores da instituição de crédito devido aos danos reputacionais por causa das dúvidas que pairam sobre o banco.

João Cotrim Figueiredo, deputado único da IL, interviu esta manhã em plenário da Assembleia da República, onde se estão a discutir as quatro propostas partidárias para a formação de uma CPI sobre o Novo Banco — apresentaram propostas o Chega, o BE, a IL e o PS.

Na intervenção, Cotrim Figueiredo explicou que um dos objetivos da CPI ao Novo Banco pretende dissipar as “permanentes suspeitas” que caem sobre o banco “porque toda essa atenção negativa o banco erode a sua reputação, dificulta a gestão do interesse público e pode prejudicar o futuro dos trabalhadores do Novo Banco, que são provavelmente as vítimas mais ignoradas de todo este circo”.

Mais: com a CPI, a IL pretende “apurar todas as responsabilidades relativamente a todo o processo que conduziu o que poderá vir a ser o maior gasto de dinheiros públicos de sempre em Portugal”, o que inclui o período anterior à resolução do BES, em agosto de 2014. Neste contexto, Cotrim Figueiredo, à semelhança da deputada do BE, Mariana Mortágua, disse que é “absolutamente incompreensível a não disponibilização de um estudo interno do Banco de Portugal sobre a sua própria atuação enquanto supervisor”.

Parlamento não se deve sobrepor às averiguações dos processos judiciais em curso para a avaliar a ilicitude cometidas por responsáveis do GES. mas permanecem dúvidas fundadas sobre números eventos, decisões e responsabilidades que o Parlamento deve ajudar a dissipar.

A proposta da IL inclui também o período que decorreu entre a resolução do BES e a venda definitiva do Novo Banco, em 2017. Para Cotrim Figueiredo, neste período de tempo, “há há razões para a acreditar que o Governo mentiu aos portugueses sobre as consequências financeiras da operação”.

Cotrim Figueiredo também disse que a proposta da IL inclui o período após a venda do Novo Banco. “Importa ter a certeza que as decisões da nova administração têm sido e serão compatíveis com o interesse dos contribuintes”, afirmou.

 

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