A Iniciativa Liberal (IL), que apresentou uma proposta para a criação de uma comissão de inquérito parlamentar (CPI) sobre o Novo Banco, mostrou preocupação com os trabalhadores da instituição de crédito devido aos danos reputacionais por causa das dúvidas que pairam sobre o banco.
João Cotrim Figueiredo, deputado único da IL, interviu esta manhã em plenário da Assembleia da República, onde se estão a discutir as quatro propostas partidárias para a formação de uma CPI sobre o Novo Banco — apresentaram propostas o Chega, o BE, a IL e o PS.
Na intervenção, Cotrim Figueiredo explicou que um dos objetivos da CPI ao Novo Banco pretende dissipar as “permanentes suspeitas” que caem sobre o banco “porque toda essa atenção negativa o banco erode a sua reputação, dificulta a gestão do interesse público e pode prejudicar o futuro dos trabalhadores do Novo Banco, que são provavelmente as vítimas mais ignoradas de todo este circo”.
Mais: com a CPI, a IL pretende “apurar todas as responsabilidades relativamente a todo o processo que conduziu o que poderá vir a ser o maior gasto de dinheiros públicos de sempre em Portugal”, o que inclui o período anterior à resolução do BES, em agosto de 2014. Neste contexto, Cotrim Figueiredo, à semelhança da deputada do BE, Mariana Mortágua, disse que é “absolutamente incompreensível a não disponibilização de um estudo interno do Banco de Portugal sobre a sua própria atuação enquanto supervisor”.
Parlamento não se deve sobrepor às averiguações dos processos judiciais em curso para a avaliar a ilicitude cometidas por responsáveis do GES. mas permanecem dúvidas fundadas sobre números eventos, decisões e responsabilidades que o Parlamento deve ajudar a dissipar.
A proposta da IL inclui também o período que decorreu entre a resolução do BES e a venda definitiva do Novo Banco, em 2017. Para Cotrim Figueiredo, neste período de tempo, “há há razões para a acreditar que o Governo mentiu aos portugueses sobre as consequências financeiras da operação”.
Cotrim Figueiredo também disse que a proposta da IL inclui o período após a venda do Novo Banco. “Importa ter a certeza que as decisões da nova administração têm sido e serão compatíveis com o interesse dos contribuintes”, afirmou.
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