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Novo Banco investe 80 milhões para mudar de marca e muda sede em março de 2023

O investimento total da renovação dos balcões e conceção da marca soma 80 milhões de euros, segundo confirmou o presidente do ‘novobanco’. O efeito na conta de exploração é de 3,5 milhões de euros por ano, ou seja 3% dos resultados semestrais, explicou o presidente do banco.
  • O presidente executivo do Novo Banco, António Ramalho, durante a conferência de imprensa para a apresentação da nova imagem de marca do Novo Banco, em Lisboa, 25 de outubro de 2021. RODRIGO ANTUNES/LUSA
25 Outubro 2021, 15h33

O Novo Banco passou a ‘novobanco’ para marcar o “novo ciclo” ao fim de mais de sete anos, desde a Medida de Resolução aplicada ao Banco Espírito Santo (BES), em 2014, passando pela venda de 75% à Lone Star, em 2017, até à atual fase de lucros.

O novo ciclo é descrito pelo presidente executivo do Novo Banco, António Ramalho, como um ciclo de resultados, rentabilidade e criação de capital, “que já foi visível nos resultados positivos de 137 milhões de euros registados no primeiro semestre deste ano”.

“O banco está em rota positiva e os resultados são sustentáveis”, disse o CEO que anunciou que o Novo Banco apresentará resultados (positivos) no terceiro trimestre esta semana (na próxima quinta-feira).

A nova imagem estará presente em todos os canais de comunicação do Banco, desde os canais digitais, ATM, POS e cartões, assim como na rede de balcões até ao fim de 2022.

O CEO do banco explicou que o processo de aplicação da nova imagem na rede física será progressivo, estando previstos 50 balcões até ao final desta semana, cerca de 100 até ao final do ano, com a restante substituição a acontecer ao longo de 2022.

“Temos em curso a remodelação de toda a rede de distribuição que começou em julho do ano passado”, explicou depois um gestor do retalho na conferência de imprensa.

“Hoje temos 65 balcões já remodelados e contamos nos próximos 12 a 18 meses remodelar toda a rede”, disse o mesmo gestor que anunciou que vão abrir um ‘balcão master’ em Aveiro. O Novo Banco tem 16 ‘balcões master’. “Master porque reúne todas as funcionalidades”, explicou.

O banco prevê concluir a mudança de imagem de todos os balcões em dezembro de 2022.

O investimento total da renovação dos balcões e conceção da marca soma 80 milhões de euros, segundo confirmou o presidente do Novo Banco, uma notícia avançada pelo jornal Expresso.

“Isto é investimento, não é conta de exploração”, frisou Ramalho. Este investimento inclui a compra de alguns espaços para balcões, porque há relocalização dos balcões, segundo explicaram os responsáveis.

“O investimento é particularmente baixo”, disse António Ramalho. “O custo da campanha em si é baixo, vamos gastar 700 mil euros em meios e 770 mil euros foram gastos em estudos de mercado, da marca, entre outros (entre 2018 e 2021)”, disse o CEO que explicou também que, ao todo, o custo conceptual da marca e respetiva campanha soma 1,5 milhões de euros (já incluídos no 80 milhões de investimento na renovação da marca), “cerca de metade do que nos custa ao auditoria especial”, ironizou António Ramalho.

“Temos ainda um investimento continuado no digital de 3 milhões de euros por ano”, adiantou.

O efeito na conta de exploração é de 3,5 milhões de euros por ano, ou seja 3% dos resultados semestrais, explicou o presidente do banco.

António Ramalho reafirmou a mudança de sede para o Tagus Park, o que implica a venda da atual sede na Avenida da Liberdade. “É o melhor quarteirão da cidade de Lisboa”, lembrou o CEO.

O timing para essa mudança estar concluída, segundo previsões do presidente do banco, é março de 2023.

O banco vai concentrar todos serviços no Tagus Park, o que significa que o Novo Banco sai também da Rua Castilho, mantendo apenas um pequeno escritório em Lisboa.

A mudança vai ser feita de forma gradual (algumas mudanças para o Tagus Park – ao todo 600 – começam já em março do próximo ano) e terá sempre em conta a organização familiar, nomeadamente o calendário escolar, explicou o CEO.

António Ramalho foi questionado, durante a conferência de imprensa, sobre aquisições de bancos depois do período de reestruturação, que acaba no fim deste ano. Na resposta o banqueiro disse, que “há um modelo de atividade bancária que exige investimentos e um certo tipo de dimensão”.

A estrutura bancária portuguesa está muito estável, desde 1994, com uma concentração da atividade (75%) em cinco bancos, lembrou António Ramalho que  acrescentou que “olharemos para todas as hipóteses de crescimento, nomeadamente na segunda linha de bancos”.

“As exigências regulatórias estão a retirar modelo negócio aos bancos mais pequenos. Portanto dentro deste enquadramento olharemos para todas as possibilidades de crescimento”, disse o CEO.

Não foi feita qualquer referência ao EuroBic, que terá estado na mira do Novo Banco.

O presidente do banco foi ainda questionado sobre os valores de injeção do Fundo de Resolução que estão pendentes à espera de decisões judiciais, nomeadamente sobre se esses valores podem ainda pesar em futuros Orçamentos de Estado e na resposta Ramalho foi deliberadamente vago porque não quer comentar processos que estão em curso nos tribunais (nomeadamente nos tribunais arbitrais).

“Esta nova imagem marca o momento em que o ‘novobanco’ redireciona-se para o futuro, com determinação e empenho de todos para implementar o plano estratégico, Fazer Futuro, que aponta o caminho, objetivos e ambições para a triénio 2022/2024”, refere a instituição financeira em comunicado.

Novo Banco deixa cair o adjetivo

O novo Novo Banco é “um banco sustentável focado em servir a economia portuguesa, assegurando a transição digital”, disse o CEO que fez questão de frisar que o banco é português.

A marca ‘novobanco’ deixa de ser a composição de um adjectivo (Novo) e um substantivo (Banco) para ser apenas um substantivo, “juntámos o novo ao banco” explicou presidente do banco.

“O antigo Novo Banco iniciou hoje o processo de mudança de imagem, em que as palavras Novo e Banco se juntam, transformando um adjetivo comum num substantivo – ‘novobanco’ –, tornando único o que antes parecia dividido e passando a escrever o nome em minúsculo, porque valoriza mais a relação com as pessoas do que os estatutos. A nova identidade assume também uma nova cor. Ao verde juntou-se o azul do mar, integrando na sua representação cromática a nossa portugalidade”, refere a instituição em comunicado.

Ramalho explicou que o ‘novobanco’ mantém a velha estratégia de ser um banco focado em financiar as empresas. O presidente do banco explicou que é o ‘novobanco’ é um banco 100% focado no mercado português e um banco parceiro, uma vez que baseia a oferta nas parcerias.

O ‘novobanco’ “alavanca o ecossistema de parcerias para apoiar as necessidades dos clientes, de forma a enfrentar com sucesso as diferentes oportunidades e desafios”.

O ‘novobanco’ “prioriza os modelos operacionais omnicanal com o objetivo de oferecer conveniência e uma easy-to-bank experience como pilares da relação com o cliente”, refere o banco.

O ‘novobanco’ explica que o que foi verdadeiramente “novo e pioneiro a nível internacional, foi o processo colaborativo de criação da identidade visual da marca, que passou pelo desenvolvimento de uma app na qual os colaboradores do banco gravaram a sua voz”.

“Esta marca é a nossa voz”, disse António Ramalho na apresentação da marca que decorreu hoje no balcão master na Avenida da República em Lisboa.

“A onda de voz individual gerada transformou-se através de um modelo matemático e digital, numa onda voz coletiva que representa a voz dos que diariamente são a componente mais importante da relação do banco com os seus clientes”.

“A expressão visual da marca foi também consolidada com uma nova identidade sonora, e soundlogo, criada especialmente pelo compositor português de uma nova geração, Luís Clara Gomes (Moullinex), – conhecido pela associação de tecnologia e inovação ao seu trabalho criativo – que aceitou o desafio de interpretar numa composição original, o conceito resultante das ondas de voz”, refere o banco.

“Este é um conceito que sublinha a união, o espírito colaborativo e o trabalho conjunto para o bem comum e do qual muito nos orgulhamos”, defende António Ramalho sobre o processo de rebranding agora concluído. De acordo com o CEO do novobanco, “esta é uma forma inovadora de salientarmos o amanhã que queremos construir, não apenas dentro do banco, mas também, e sobretudo, para os nossos clientes, para as pessoas, empresas, e para a economia do País”.

António Ramalho voltou a dizer que a capacidade dos profissionais do Novo Banco justifica que o banco seja “um caso de sucesso” o que “um dia será reconhecido”.

“Um terço da carteira do Novo Banco era malparado”, voltou a dizer o CEO. “Mais de 5% da carteira era de imobiliário, acima do maior banco nesse segmento [CGD]”, lembrou.

“Fizemos em sete anos uma reestruturação. Tudo isso custou tempo e dinheiro”, vincou ainda o presidente do ‘novobanco’.

 

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