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Novo Banco: Mecanismo de capital contingente antecipava perdas de 50% com ativos tóxicos

Acordo que criou o mecanismo de capital contingente, fixado em 3,89 mil milhões de euros, definiu o perímetro de ativos tóxicos por cujas perdas responderia e que tinham um valor líquido de 7,9 mil milhões de euros.
  • Cristina Bernardo
2 Setembro 2020, 12h37

O processo de venda do Novo Banco criou o mecanismo de capital contingente (CCA) que cobre determinadas perdas com ativos tóxicos herdados do Banco Espírito Santo. Com um montante máximo de 3,89 mil milhões — o valor total das perdas que este mecanismo pode cobrir —, a sua criação pressupôs que a instituição financeira, liderada por António Ramalho, teria perdas de cerca de 50% com as vendas de ativos tóxicos.

O presidente executivo do Novo Banco disse esta manhã, em conferência de imprensa, que foi um programa fixado entre o Estado português e a União Europeia que definiu um calendário de “desinvestimento em ativos tóxicos, através de vendas determinadas”.

Esse programa, prosseguiu António Ramalho, tinha um cenário base e dois cenários adversos, que foram publicados e, “pressuponham em todos os casos uma utilização adicional entre três a quatro mil milhões de euros no período da reestruturação, entre 2017 e 2020”.

Foi esse valor que decorreu “de outro acordo assinado entre o banco e o Fundo de Resolução”, que definiu o montante do CCA em 3,89 mil milhões de euros.

Este acordo definiu que “o conjunto de ativos problemáticos, no valor bruto de 12,7 mil milhões e no valor líquido de 7,926 milhões, foram fixados em junho de 2016, levaria à sua gestão para uma redução através da contingência desses ativos”, adiantou António Ramalho.

“O grande valor que ficou delimitado foi desde logo o valor máximo que nunca poderia passar dos 3,89 mil milhões de euros”, frisou o CEO do Novo Banco.

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