O presidente do Novo Banco, Eduardo Stock da Cunha, lembrou hoje que a entidade não tem qualquer responsabilidade “legal” sobre papel comercial vendido aos balcões do BES, entretanto alvo de resolução.
“Não vou fazer nenhum juízo qualitativo sobre a justiça ou injustiça deste ponto”, disse na comissão parlamentar de inquérito à gestão do Banco Espírito Santo (BES) e do Grupo Espírito Santo (GES), reconhecendo, todavia, que com certas condições e numa “natureza estritamente comercial” pode haver uma compensação para os clientes lesados desde que esta traga também vantagens para o banco.
“Um cliente que eventualmente teria um papel comercial de 100 mil euros e seria compensado por 50 mil, teríamos de pensar como é que o cliente vai gerar rendimentos para o banco em 50 mil euros no futuro”, sublinhou.
Uma delegação de clientes lesados com papel comercial do BES esteve no parlamento para entregar uma carta a Stock da Cunha, tendo sido recebida pelo presidente do Novo Banco numa sala ao lado daquela onde decorre a audição do responsável.
Os representantes dos clientes lesados não estão na sala da comissão BES/GES a ouvir as respostas de Eduardo Stock da Cunha aos deputados.
No que refere ainda ao papel comercial, o presidente do Novo Banco reiterou que a responsabilidade do mesmo é, em primeiro lugar, dos emitentes e, depois, a medida de resolução diz que legalmente o Novo Banco não pode responder pelo papel comercial que foi vendido aos balcões do BES.
OJE/Lusa