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Novo CEO da Boeing vai receber bónus de 7 milhões se 737 Max voltar a voar

David Calhoun assumiu o cargo de CEO e presidente a 13 de janeiro e anunciou que tem como principal foco executar o “regresso seguro do Boeing 737 Max”, responsável pela morte de 346 pessoas num espaço de cinco meses.
  • DR Christopher Goodney/Bloomberg
14 Janeiro 2020, 14h33

David Calhoun, que assumiu o cargo de liderança da Boeing, esta segunda-feira, depois de Dennis Muilenburg ter renunciado o cargo em dezembro, vai ter como principal responsabilidade limpar a imagem do 737 Max que ficou manchada depois da queda de dois aviões que provocou a morte a 346 pessoas.

Segundo o Business Insider, caso o novo CEO consiga resolver a crise que assola a empresa e, possivelmente, garantir o “retorno total ao serviço em segurança” do avião 737 Max, irá receber um bónus cinco vezes mais elevado do que o seu salário anual. O montante deverá chegar aos sete milhões de dólares (6,2 milhões de euros).

O pacote de pagamentos de Calhoun foi divulgado pela Boeing, esta sexta-feira, juntamente com o restante arquivo da Comissão de Valores Mobiliários. Segundo o documento, Calhoun vai auferir um salário de 1,4 milhões de dólares (1,2 milhões de euros). Além disso, está elegível para receber mais alguns cheques-bónus, de pelo menos 2,5 milhões de dólares (2,2 milhões de euros), além do bónus do 737 Max.

Confiante, Calhoun enviou um email de saudações para os funcionários da empresa, em que afirmava que o “regresso seguro do 737 Max era um “foco principal””.

“Vamos fazer o que é certo”, escreveu este responsável.

As possibilidades da promessa ser cumprida são elevadas dado que Calhoun é visto como um “especialista em recuperação ” dentro da sua indústria. Porém, o grande desafio será convencer as companhias aéreas a levantar voo com a aeronave.

As falhas no software da Boeing fizeram com que o voos 610 da Lion Air, que voava de Jakarta para a Indonesia, tirasse a vida a 189 pessoas a outubro de 2018 e o voo 302 da Ethiopian Airlines matasse outras 149, a março de 2019. Essa foi a última vez que o modelo levantou voo. Meses depois, a empresa decretou que a partir de janeiro a produção fosse suspensa, pela primeira vez em 20 anos, por tempo indeterminado.  O congelamento da produção de um dos maiores exportadores dos Estados Unidos deverá afectar não só fornecedores, companhias aéreas e accionistas em todo o mundo, mas também a economia do país.

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