Pedro Soares dos Santos, CEO da Jerónimo Martins, defende que o novo Executivo deve avançar com um alívio fiscal para apoiar as famílias portuguesas naquele que é um cenário de incerteza e de aumento dos custos. Reformas que, diz o responsável, exigem “coragem” por parte do Governo de maioria.
“Acho que a maior reforma que precisávamos era de um alívio fiscal para apoiar as famílias portuguesas nesta incerteza de aumento de custos e de inflação”, afirmou Pedro Soares dos Santos numa conferência de imprensa realizada esta quarta-feira para a apresentação dos resultados de 2021, quando questionado sobre que reformas gostaria que o novo Governo aplicasse no médio prazo.
De acordo com o CEO da Jerónimo Martins, um alívio fiscal permitiria que as famílias e empresas ganhassem um “novo fôlego” num período que está a ser dominado pela guerra na Ucrânia e as consequências que daí advêm em termos do aumento dos preços.
Este alívio, defende, deve ser feito através do IRS, para todas as famílias, e no IVA do consumo. Também a nível da energia, e para “Portugal se manter competitivo”, será necessário “baixar muitos os impostos”.
Além disso, disse Pedro Soares dos Santos, há a questão da dívida, que “preocupa fortemente”. E “com a dívida, os juros”, isto porque os “juros vão subir e o impacto que vai ter nas famílias vai ser muito grande”.
“Uma maioria vai ajudar muito na governação, mas acho que vamos enfrentar problemas muito delicados do ponto de vista dos custos de energia, inflação, juros e, acima de tudo, da perda de rendimento” das famílias, sublinhou, notando que para se avançar com um alívio fiscal é preciso fazer reformas. E, para isso, “é preciso coragem e eu espero que tenham agora que há uma maioria”.
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