A farmacêutica portuguesa Bial começou esta semana a comercializar em Portugal o ONGENTYS, o segundo medicamento de patente portuguesa a chegar ao mercado e que se destina a pessoas com a Doença de Parkinson.
Aprovado pela Comissão Europeia em 2016, este medicamento também está a ser vendido na Alemanha, Reino Unido, Espanha e passará também a estar disponível em Itália durante o mês de setembro. A empresa tem ainda acordos de licenciamento deste medicamento em países como os EUA, Coreia do Sul e China, prevendo-se o seu lançamento nestes mercados no próximo triénio.
Sobre a importância deste medicamento, António Portela, CEO da BIAL, explica que “este é o segundo medicamento da BIAL a chegar aos doentes e é o segundo medicamento de patente portuguesa”. Na Europa, nos últimos dez anos, apenas 27 empresas foram capazes de trazer ao mercado produtos inovadores.
“As áreas em que Bial centra o seu trabalho, nas neurociências e na área cardiovascular, são das mais complexas e por isso o risco associado a esta atividade é muito elevado. Temos um enorme orgulho na nossa equipa e no percurso que temos vindo a desenvolver”, reforça ainda.
Recorde-se que a Bial registou no ano passado um volume de faturação de 272 milhões de euros, um crescimento de 17% face a 2016. O Zebinix, o primeiro medicamento de raiz portuguesa, lançado em 2009, representa hoje um terço da faturação da empresa, estando aprovado em 44 países, em três indicações terapêuticas.
Sobre o peso da internacionalização na estratégia da empresa, António Portela dá nota de que “os mercados internacionais (e os mais relevantes em termos de faturação são os EUA, Espanha e Alemanha) têm hoje um peso de 70% quando, em 2010, o exterior representava apenas 30%”, sendo que este aumento substancial “só é possível devido à nossa forte aposta na inovação. Só assim conseguimos chegar aos mercados mais competitivos e mais desenvolvidos”, conclui.
Em matéria de inovação, segundo dados da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência, a Bial é a empresa industrial que mais investe em Investigação & Desenvolvimento (I&D) em Portugal, alocando anualmente, em média, mais de 20% da faturação a esta área.
O centro de I&D da Bial tem mais de 12 mil novas moléculas sintetizadas e mais de 1300 patentes submetidas. Ainda este ano, Bial investiu cinco milhões de euros na ampliação deste centro, mais do que duplicando a área dedicada a I&D.
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