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Novobanco. António Ramalho diz que “sai no momento certo” e vai ser ouvido na escolha de novo CEO

O CEO do Novobanco sai da presidência executiva e apoia transição para o sucessor. O banqueiro diz em comunicado que “acredita ser este o momento certo para anunciar o seu desejo de deixar o cargo que assumiu há cerca de seis anos”. O CEO sai da instituição depois de apresentar as contas do primeiro semestre.
31 Março 2022, 15h39

O CEO do Novobanco, António Ramalho, comunicou hoje ao Conselho Geral e de Supervisão (CGS) a sua intenção de deixar as funções executivas que atualmente desempenha em Agosto, e apoiar o processo de transição para o seu sucessor. A notícia da saída do CEO do Novobanco foi avançada pelo Jornal de Negócios e pelo Jornal Económico e confirmada em comunicado pelo banco.

O banqueiro diz em comunicado que “acredita ser este o momento certo para anunciar o seu desejo de deixar o cargo que assumiu há cerca de seis anos”.

O CEO sai da instituição depois de apresentar as contas do primeiro semestre. O Conselho Geral e de Supervisão já está a procurar um sucessor e António Ramalho, que fica como consultor do órgão liderado por Byron Haynes, vai ser ouvido na escolha do novo CEO, apurou o Jornal Económico.

“Na sequência desta comunicação vão ser desencadeados pelo órgão competente, o Comité de Nomeações do CGS, os procedimentos com vista à sua sucessão, e as suas conclusões serão anunciadas oportunamente, logo que concluído o processo”, diz o Conselho Geral e de Supervisão do banco.

“Por forma a garantir uma transição tranquila e sem qualquer perturbação, António Ramalho vai permanecer no cargo de CEO do Novobanco até ao início de agosto, após a apresentação dos Resultados do primeiro semestre de 2022. Neste âmbito, o Novobanco e António Ramalho celebraram um acordo de serviços de consultoria e assessoria, com reporte direto ao Presidente do CGS”, refere a instituição.

Ao longo destes seis anos, António Ramalho liderou o Novobanco e “conduziu-o com confiança durante um desafiante mas bem-sucedido processo de venda, e em particular nos últimos quatro anos concluiu a limpeza do balanço do Banco de todos os problemas do legado herdado do antigo BES, conduziu o Novobanco a um caminho de rentabilidade sustentável e concluiu o Plano de Reestruturação de acordo com os Compromissos acordados entre a República Portuguesa e a Comissão Europeia, através da DGComp (Direcção Geral da Concorrência da UE)”, refere o banco em comunicado.

“Na sequência da divulgação dos Resultados do Exercício de 2021, no início de março, e da sua aprovação pela Assembleia Geral do Novobanco da semana passada, apresentando o Banco, pela primeira vez, lucros consolidados ao longo de quatro trimestres consecutivos, bem como da realização de outros importantes marcos, incluindo o regresso ao mercado de capitais, o lançamento de uma nova marca e um novo modelo de negócio, António Ramalho considera ser este o momento para passar a pasta a um novo CEO que lidere o Banco no futuro”, afirma o ainda presidente do banco.

Já Byron Haynes, presidente do CGS, deixa no comunicado um agradecimento a António Ramalho pela “sua liderança ímpar, a sua dedicação e o seu contributo para garantir a viabilidade de longo-prazo do Novobanco. António Ramalho foi o rosto da liderança de um processo de transformação do Banco, que incluiu a concretização de todos os compromissos definidos no Plano de Reestruturação”.

“A ele se devem ainda a limpeza do balanço do legado do BES, investindo em e apoiando a nossa ação comercial, o lançamento de uma nova marca e a definição de um modelo inovador de distribuição omnicanal. Esta transformação permitiu ao Novobanco realizar um crescimento rentável e sustentável, e garantir o apoio continuado aos nossos clientes e à Economia Portuguesa em 2021, assegurando o caminho para a concretização dos objetivos do Banco a medio prazo”, refere Byron Haynes

Por seu lado, António Ramalho sublinhou na mesma nota o “privilégio que constituiu a possibilidade de liderar uma vasta equipa num processo único e irrepetível, numa conjuntura adversa e em cujo sucesso poucos acreditavam, preservando um banco sistémico, milhares de postos de trabalho e um incontável número de empresas, e dessa forma o normal funcionamento da Economia Portuguesa”.

A saída é anunciada depois de terem sido divulgadas escutas no âmbito da “Operação Cartão Vermelho” em que surgem António Ramalho e o ex-presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira. Isto levou o Conselho Geral e de Supervisão do Novobanco a dar início a uma análise independente, tendo concluído que Ramalho “agiu com total integridade ao longo deste processo e não surgiram provas que comprometam sua idoneidade como CEO do Novobanco”.

Também o Banco Central Europeu (BCE) disse estar a investigar estes factos, não tendo até agora se pronunciado sobre este assunto. Ainda assim, e conforme foi possível apurar, esta investigação não foi mencionada durante a reunião desta quinta-feira como motivo de saída do gestor.

(Notícia atualizada com mais informação.)

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