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Novobanco sobe ao pódio do desempenho digital da banca portuguesa na classificação da D-Rating

Entre os cinco bancos portugueses estudados pela agência de rating (num total de 98 bancos europeus), o Novobanco – que não tinha integrado o painel da D-Rating em 2020 – obteve em 2021, uma classificação, BBB, que o coloca em primeiro lugar em Portugal. “Mas ainda não no melhor desempenho europeu”, ressalva a D-Rating.
  • Cristina Bernardo
15 Março 2022, 17h03

A agência de rating digital europeia, a D-Rating, diz em comunicado que “os bancos portugueses ainda têm espaço para melhorias no desempenho digital com o Novobanco a entrar brilhantemente no ranking”. “Uma integração rápida e completa dos serviços através da internet e um bom nível de satisfação dos clientes com a aplicação estão entre os seus pontos fortes”, refere a agência de rating digital.

A agência com sede em Paris publicou os resultados da sua quinta ação de classificação de desempenho digital, com base em dados recolhidos entre outubro e dezembro de 2021.

Entre os cinco bancos portugueses estudados pela agência de rating (num total de 98 bancos europeus), o Novobanco – que não tinha integrado o painel da D-Rating em 2020 – obteve em 2021, uma classificação, BBB, que o coloca em primeiro lugar em Portugal. “Mas ainda não no melhor desempenho europeu”, ressalva a D-Rating.

Entre os 98 bancos europeus estudados pela agência de rating, quatro estão no topo do ranking, com classificação A-. São eles o BBVA, o francês Boursorama, o belga KBC e o também francês Hello bank!. Destes, na classificação anterior, o Boursorama foi o único a atingir esse patamar.

Os bancos portugueses têm um bom desempenho nos serviços digitais de gestão de contas, quer seja nos alertas (movimentos significativos da conta), quer seja na ajuda que prestam aos clientes na gestão dos seus orçamentos (categorizando as despesas, por exemplo). Mais globalmente, “Portugal é bastante representativo das tendências digitais na Europa”, observa Nicolas Brouat, analista sénior da D-Rating.

Como o D-Rating tinha observado anteriormente, “o surgimento de neo-banks e as restrições às viagens devido à crise da Covid-19 e aceleraram a digitalização dos serviços bancários. Mas o movimento já tinha começado no início da década anterior, incentivado pela redução gradual do número de agências bancárias (densidade caiu para metade em dez anos)”, diz a D-Rating.

A agência europeia destaca que 83% dos bancos agora oferecem um processo de abertura de conta totalmente digital.

Ir além do “serviço mínimo digital universal” e substituir “melhor digital” por “mais digital” deve permitir que os bancos aproveitem melhor as oportunidades de criação de valor que o digital traz, defende a D-Rating. A agência diz que o digital permite reduzir os custos de captação de clientes e melhora a sua retenção através de soluções “como a possibilidade de subscrever contas júnior para os seus filhos adolescentes (13 a 17 anos)”, diz a D-Rating que lembra que esta opção está atualmente disponível online em apenas um em cada cinco bancos europeus em média (22%). Mas em Portugal essa percentagem é 0%, refere a agência.

A D-Rating defende ainda o aumento das receitas recorrentes através da oferta digital segmentada ou da possibilidade de subscrição de cartões premium (possível online em mais de dois em cada três bancos europeus, face a 100% em Portugal).

O uso dos canais digitais para colocar produtos que beneficiam do movimento de alta das taxas de juros, é também apontado. “O caso do crédito à habitação ilustra bem o que falta melhorar” diz a D-Rating sobre o mercado português. Se quatro dos bancos estudados pelo D-Rating oferecem informação online sobre a oferta (80% versus 76% da média na Europa), apenas metade deles permite que o processo de subscrição do crédito seja desencadeado online ( 50% versus 48% na Europa), e ninguém oferece a possibilidade de assinar online (versus 14% n Europa).

Se levarmos em conta os 27 bancos classificados como BBB+ neste rating digital, “os melhores desempenhos já representam mais de 30% do nosso painel”, diz Sylvain Deniau, Chief Rating Officer da D-Rating.

“Mas, por outro lado, também podemos observar um aumento no peso dos menos bem posicionados, com sete bancos classificados como BB- ou BB. A diferença está a aumentar entre os melhores e os piores desempenhos”, diz Deniau.

Ao mesmo tempo que os bancos se debruçam sobre a criação de valor, enfrentarão novos desafios a partir de 2022, tendo em conta a dimensão ambiental, diz ainda a D-Rating referindo-se ao compromissos ESG, como “calculadoras de pegada energética (disponíveis em 6% do painel), investimentos ‘green compliant‘ ou compromissos de players já presentes no mercado de doar parte da sua faturação a associações que trabalhem para o desenvolvimento sustentável”.

Outro dos desafios apontados diz respeito à ascensão das criptomoedas, “se forem além de uma mera moda especulativa”.

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