Na última década, o número médio de filhos por núcleo familiar caiu em “quase todas as regiões” do país, com exceção da área metropolitana de Lisboa, o Alentejo e o Algarve. De acordo com o cenário traçado pelos Censos 2021, cujos dados são divulgados esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), atualmente o agregado doméstico típico português é composto por 2,5 pessoas, tendo os agregados unipessoais crescido em popularidade, nos últimos anos.
Segundo a nota publicada esta manhã, Portugal tem hoje cerca de 4,1 milhões de agregados domésticos privados, ou seja, mais 2,6% do que em 2011, sendo que, em média, são compostos por 2,5 pessoas.
Destes, indica o INE, quase um quarto (24,8%) são unipessoais. Há dez anos, essa fatia estava situada em 21,4%, o que significa que houve um crescimento considerável.
Também aumentou a percentagem de agregados unipessoais de pessoas com 65 ou mais anos: em 2011, estes representavam 10,1% do total em questão. Agora, correspondem a 12,5%.
“A generalidade dos agregados domésticos privados unipessoais são constituídos por mulheres (61,4%), com 65 ou mais anos (60,1%), não ativas (67,3%), principalmente reformadas (57,3%), com escolaridade até ao ensino básico (64,9%)”, detalha o INE.
Já os núcleos familiares têm, na sua maioria, filhos, sendo que, destes, 45,3% dizem respeito a casais e 18,5% a famílias monoparentais. Por outro lado, 36,2% dos casais não têm filhos.
Os dados dos Censos mostram ainda que a maioria dos casais tem uma relação de cônjuges, tipo de união mais comum a norte e na Madeira. E quanto ao número médio de filhos, verificou-se um recuo, na última década, em quase todas as regiões.
“Na maioria das regiões, o número médio de filhos por núcleo familiar é superior entre os casais de direito (com relação de cônjuge). A exceção ocorre no Alentejo, onde o número médio de filhos por núcleo familiar é superior entre os casais de facto”, salienta o gabinete de estatísticas esta terça-feira.
Importa ainda realçar que é entre os casais empregados ou que têm um nível de escolaridade superior que o número médio de filhos é superior.
Outro dado relevante para o cenário português é que continua a ser mais frequente haver famílias monoparentais de mãe com filhos (85,6%) do que de pai com filhos (14,4%).
Além disso, aponta o INE, a maioria dos núcleos familiares reconstituídos não têm filhos comuns ao casal (55,2%). Já 35,1% dos casais nessa situação tinham um filho comum e 9,7% tinham dois ou mais filhos comuns.
Atualizada às 11h24