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Número de jovens nas urgências de pedopsiquiatria aumentou com a crise económica

Este é um dos grupos etários com maior risco de sofrer de depressão. Há casos de “grande sofrimento emocional”, ansiedade, depressão, automutilação e tentativas de suicídio.
7 Abril 2017, 09h20

O coordenador do Programa Nacional de Saúde Mental (PNSM), Álvaro de Carvalho, afirmou que, desde 2010 e 2011, tem-se registado um aumento no número de jovens que se dirigem às urgências de pedopsiquiatria.

Em entrevista ao “Diário de Notícias”, o responsável frisou que esse é um dos grupos etários com maior risco de sofrer de depressão e que há casos de “grande sofrimento emocional”, ansiedade, depressão, automutilação e tentativas de suicídio.

O coordenador do PNSM defende, em declarações ao jornal desta sexta-feira, que “sobretudo desde a crise social e económica há um registo acrescido de recursos à urgência de pedopsiquiatria de situações de auto escarificação bem como de tentativas de suicídio”. Para tentar contornar o flagelo, nos últimos dois anos têm sido realizadas ações de formação com profissionais de saúde e professores.

Em relação à dimensão dos casos de suicídio registados no país, em jovens dos 15 aos 24 anos, os arquipélagos têm os valores mais altos, cerca de dez madeirenses e cerca de 30 açorianos por 100 mil habitantes. “Os grupos infantojuvenis acabam por repercutir mais facilmente a tensão existente entre os adultos mais próximos”, explica Álvaro de Carvalho ao DN.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) classifica a depressão como a maior causa de baixas médicas no mundo. Segundo o relatório divulgado recentemente, a doença à qual se dedica o Dia Mundial da Saúde – que se assinala esta sexta-feira, dia 7 – pode ser duradoura ou recorrente e, na forma mais severa, levar ao suicídio. Já um estudo realizado na Faculdade de Psicologia da Universidade de Coimbra revelou que “cerca de 20% dos adolescentes [inquiridos] reporta ter tido pelo menos uma vez na sua vida o envolvimento em comportamentos autolesivos”.

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