O número de refugiados admitidos nos Estados Unidos caiu 70% nos últimos oito meses. Os dados do grupo humanitário International Rescue Committee indicam que, desde outubro do ano passado, deram entrada no país 12.189 refugiados, um número bastante abaixo dos 45 mil refugiados que o presidente norte-americano, Donald Trump, se comprometeu a aceitar até ao final de setembro deste ano.
Os analistas prevêem que, a manter-se a tendência que se tem verificado até agora, os Estados Unidos devem receber somente 21 mil refugiados até ao final do ano. Este será o valor mais baixo desde o início dos anos 2000. Em média, nos últimos 18 anos, os Estados Unidos concordaram em aceitar entre 70 mil a 80 mil refugiados anualmente.
No último ano da presidência de Barack Obama, foi estabelecida uma meta para que fossem recebidos 110 mil refugiados. O número de refugiados aceites sob a Administração Trump é ainda mais baixo do que a meta estabelecida após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, quando o número de refugiados a entrar no país caiu para 27 mil e atingiu o valor mais baixo desde 1980.
“É chocante reduzir para metade o número de refugiados que [Donald Trump] se compromete a aceitar no país; e é duplamente chocante reduzir para metade aquilo que foi prometido”, afirma David Miliband, presidente do International Rescue Committee. “Esta é a consequência da intenção da Administração Trump de apertar o programa e, possivelmente, espremê-lo até à sua extinção”, acrescenta.
O relatório do International Rescue Committee mostra que os cidadãos sírios e iraquianos foram os mais atingidos pelos cortes. O número de sírios a entrar no país no último ano sofreu um corte de 99% para apenas 44 cidadãos aceites. Já o número de iraquianos caiu 98%.
Desde que tomou posse, Donald Trump endureceu a sua política de imigração, aplicando vários entraves à entrada de imigrantes no país. Na última semana, foi revelado que a política de fecho das fronteiras norte-americanas à imigração da administração Trump tem levado a separação entre crianças e os seus pais. A Casa Branca negou repetidamente o caso, que originou várias críticas de diferentes quadrantes políticos.
“Os Estados Unidos não se vão tornar um acampamento de migrantes, nem uma instalação de abrigo de refugiados. Não sob o meu controlo”, afirmou Donald Trump, sublinhado que não vai permitir que o que está a acontecer na Europa se estenda aos Estados Unidos.