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Número de residências estudantis em Portugal mantém-se abaixo da média da UE

O estudo realizado pela equipa de Development & Living da Cushman & Wakefield Portugal aponta para uma subida “do número de estudantes, para os quais o país ainda não consegue dar resposta às necessidades de alojamento”.
11 Agosto 2022, 10h42

O número de residências de estudantes disponíveis em Portugal mantém-se inferir à média da União Europeia, de acordo com dados recolhidos pela Cushman & Wakefield.

O estudo realizado pela equipa de Development & Living da consultora imobiliária, que visa o mercado de Purpose-Built Student Accommodation (PBSA), em Portugal, aponta para uma subida “do número de estudantes, para os quais o país ainda não consegue dar resposta às suas necessidades de alojamento”.

Segundo a Cushman & Wakefield, nos últimos quatro anos, o sector das residências de estudantes em Portugal, a par dos investimentos feitos nessa área, tem vindo a crescer significativamente, “representando aproximadamente 6% do total dos investimentos realizados no primeiro trimestre” deste ano.

O relatório da consultora global revela que a “percentagem de estudantes estrangeiros tem vindo a crescer constantemente, contribuindo significativamente para um aumento da procura por alojamento”, sendo que o “clima, o baixo custo de vida, os excelentes níveis de segurança e a qualidade e reconhecimento das universidades portuguesas têm sido fatores cruciais para este desenvolvimento, com os números a duplicarem de 7% em 2011 para 15% em 2020”.

Além disso, o estudo apurou que o sector privado corresponde, atualmente, a cerca de um terço do número de camas destes alojamentos, o que equivale a aproximadamente 6.700 camas.

De acordo com a Cushman & Wakefield, esta oferta do sector privado é mais relevante nas principais cidades, sendo de aproximadamente 60% da oferta total, com os provedores públicos e religiosos a cobrirem a restante área de Portugal.

Em Lisboa e no Porto, as taxas de provisão situam-se “muito abaixo da média europeia”, com a oferta em Lisboa a ser “especialmente baixa dada a dificuldade em identificar boas oportunidades de promoção a preços viáveis, uma vez que estas competem diretamente com o mercado residencial, cada vez mais caro”.

O estudo conclui, ainda, que “há muito a cobrir no mercado de investimento PBSA em Portugal com apenas cinco transações concluídas nos últimos quatro anos, duas das quais este ano – a aquisição do Projeto da Milestone, em Carcavelos, pela Catella e a venda do Portfolio da Smart Studios”.

Sobre a aposta crescente neste sector, Ana Gomes, Head of Development & Living da Cushman & Wakefield Portugal, considera que Portugal “reúne todas as condições para continuar a verificar um aumento do investimento nas residências de estudantes, uma vez que existe uma margem substancial para o crescimento da área e falta de oferta perante a quantidade de interessados, tendo em conta a escolha do país para a realização de planos de estudos, como o ERASMUS”.

Nas palavras da mesma responsável, esta realidade contribui para “um interesse crescente por parte de investidores, o que nos próximos anos deverá resultar no surgimento de novos empreendimentos que reforcem o número de camas disponíveis para os estudantes universitários. (…) o número de novas camas já programadas para entrar no mercado nos próximos três anos é superior ao número de camas privadas já em operação”.

Nos últimos 12 meses, a oferta de quartos para arrendar em casa partilhada desceu 44% em Portugal, o que levou a uma subida no preço  na generalidade das cidades do país, segundo um estudo realizado pelo Idealista.

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