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Número de turistas em Portugal em 2021 disparou 48%, mas abaixo do pré-pandemia

Chegaram a território nacional 9,6 milhões de turistas não residentes em 2021. Tanto o número de hóspedes como de dormidas foram inferiores aos níveis pré-pandémicos. Os proveitos totais de alojamento turístico ascenderam a 2,3 mil milhões de euros e os de aposento a 1,8 mil milhões de euros (mais 61,2% 62,8%, respetivamente, em relação a 2021). Turistas nacionais ajudaram.
7 Julho 2022, 10h34

Em 2021, estima-se que o número de chegadas a Portugal de turistas não residentes tenha atingido 9,6 milhões, correspondendo a um crescimento de 48,4% face ao ano anterior, mas ainda longe dos níveis pré-pandemia, registando-se uma queda de 61,0% face a 2019, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE).

O ano passado, destaca, foi ainda marcado pelos efeitos dos constrangimentos decorrentes da pandemia Covid-19, sobretudo as medidas de confinamento no 1.º semestre e no final do ano, o que teve efeitos negativos no setor do turismo, apesar da recuperação em relação a 2020, ano de contração sem precedente da atividade turística.

Espanha manteve-se como o principal mercado emissor de turistas (quota de 30,2%), tendo registado um crescimento de 57,3% em 2021, seguida da França (16,1% do total), do Reino Unido (10,6%) e Alemanha (8,0%), tendo-se registado aumentos em todos estes mercados.

Considerando a generalidade dos meios do alojamento turístico, o ano passado registaram-se 16 milhões de hóspedes e 42,6 milhões de dormidas, traduzindo-se em aumentos 36,9% e 40,7%, respetivamente (-60,4% e -61,1%, pela mesma ordem, em 2020). Face a 2019, registaram-se diminuições de 45,8% no número de hóspedes e 45,2% no de dormidas.

“O mercado interno assegurou 22,5 milhões de dormidas, correspondendo a 52,8% do total, e registou um acréscimo de 33,2% em 2021 (-13,9% face a 2019). As dormidas dos mercados externos registaram um crescimento superior (+50,1%, -61,1% face a 2019) e atingiram 20,1 milhões de dormidas (47,2% do total)”, indica a nota.

Na hotelaria, alojamento local e turismo no espaço rural/habitação, os proveitos totais ascenderam a 2,3 mil milhões de euros (num aumento de 61,2%) e os de aposento a 1,8 mil milhões de euros (+62,8%). Face a 2019, registaram-se decréscimos de 45,8% e 45,7%, respetivamente.

Os parques de campismo receberam 1,4 milhões de campistas (+22,1% face a 2020), que proporcionaram 4,9
milhões de dormidas (+16,6%). As colónias de férias e pousadas da juventude receberam 135,4 mil hóspedes, que proporcionaram 333,7 mil dormidas, variando positivamente face ao ano precedente (+23,0% e +34,5%, respetivamente).

Segundo o Inquérito às Deslocações dos Residentes, “em 2021, os residentes em Portugal realizaram 17,5 milhões de deslocações turísticas, mais 21,6% do que em igual período do ano anterior (comparativamente a uma queda de 41,1% em 2020), com as viagens em território nacional a aumentarem 20,2% (-35,7% em 2020) e as deslocações para o estrangeiro a registarem um acréscimo de 48,8% (-78,1% em 2020), tendo ficado em ambos os casos abaixo dos níveis de 2019 (-22,7% e -67,4%, respetivamente).

A despesa média por turista, em cada viagem de residentes, fixou-se em 196,6 euros, aumentando 11,6% face a 2020 e aproximando-se do valor de 2019 (-0,3%). Nas deslocações domésticas, os residentes gastaram, em média, 170,1 € por turista/viagem, mais 11,8 euros que em 2020 (+35,2 euros face a 2019), enquanto em deslocações para o estrangeiro o gasto médio por turista/viagem foi 628,7 euros, refletindo um aumento de 91,9 euros (mais dois face a 2019).

Quanto aos trabalhadores do sector, no ano de 2021, a remuneração bruta mensal por trabalhador ao serviço (considerando o total da economia) aumentou 3,5% em relação a 2020, correspondendo a 1 362 euros (comparativamente a 1 315 euros, em 2020, e 1 277 euros, em 2019).

Especificamente nas atividades de Alojamento, “a remuneração bruta mensal por trabalhador situou-se em 1 115 euros em 2021 (1 037 euros em 2020; 1 060 euros em 2019), inferior em 247 euros ao registado no total da
economia. Face ao ano anterior, a remuneração bruta mensal por trabalhador neste ramo de atividade
aumentou 7,5% (-2,2% em 2020; +2,6% em 2019).

Fazendo as contas, segundo o INE, a estimativa preliminar da Conta Satélite do Turismo para 2021, aponta para um aumento nominal de 27,3% do Valor Acrescentado Bruto gerado pelo Turismo (VABGT) face a 2020. O VABGT representou 5,8% do VAB nacional (4,8% em 2020), situando-se ainda 2,3 p.p. abaixo de 2019 (em que representou 8,1% do VAB da economia).

“Estima-se que a atividade turística tenha gerado um contributo direto e indireto de 16,8 mil milhões de euros para o PIB em 2021, o que corresponde a 8,0% (6,6% em 2020 e 11,8% em 2019). Estes resultados traduziram-se num contributo de cerca de dois terços para a redução em volume do PIB em 2020, e em pouco mais de um terço para a sua recuperação em 2021”, conclui a nota.

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