Wall Street fechou o dia no vermelho, com os mercados a digerirem negativamente o relatório da criação de emprego em maio, que superou as expectativas e assim torna ainda mais certas subidas expressivas das taxas de juro nas próximas reuniões da Reserva Federal.
O Dow Jones fechou a perder 350 pontos, ou 1,05%, para os 32.899,70, enquanto o S&P 500 recuou 1,65% para os 4.107,90 pontos. O Nasdaq foi o maior castigado, caindo 2,47%, ou 304 pontos, para os 12.012,73.
A economia norte-americana criou 390 mil empregos em maio, o que superou as expectativas do mercado de 325 mil e dá mais força à teoria da Fed de que o mercado laboral está num momento “historicamente rígido”, como tem descrito Jerome Powell, presidente do organismo. Isto fica também em linha com a ideia de que a a autoridade monetária dos EUA deverá avançar com subidas de 50 pontos base (p.b.) nas próximas reuniões, perante a vitalidade demonstrada no capítulo do emprego que contrasta com a inflação em máximos de 1982.
Outro fator a contribuir para esta estratégia mais agressiva da Fed prende-se com a evolução dos salários, que subiram 5,2% em termos homólogos, ainda que a variação em cadeia, 0,3%, tenha ficado ligeiramente abaixo do esperado, 0,4%.
A perspetiva de subida de juros castiga particularmente o sector tecnológico, explicando o pior resultado do Nasdaq. As principais cotadas do ramo fecharam todas com fortes perdas, com a Microsoft a conseguir registar o menor recuo ao perder 1,66%. Amazon, Alphabet e Netflix encerraram a sessão a perder acima de 2,5%, enquanto a Apple 3,88% e a Meta 4,33%.
Ainda assim, a Tesla liderou as perdas, com as notícias de que Elon Musk, o dono da construtora automóvel, quer despedir 10% dos seus trabalhadores a levarem a um recuo de 8,85% no título.
Também a banca fechou em baixa, com os comentários do diretor executivo do JPMorgan Chase sobre um “furacão económico” a ainda causarem estragos, bem como a aviação, com Delta e United a recuarem mais de 3% depois da American Airlines ter atualizado em baixa as suas previsões de procura na segunda metade do ano.