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Nuno Graciano apresenta-se contra “esquerda doentia” e promete “palmilhar a cidade toda”

Apresentador de televisão foi apresentado como um excelente candidato por André Ventura, mas reconheceu estar ainda a “estudar pastas” sobre Lisboa. Garantido ficou que a aposta do Chega para derrotar Fernando Medina “não confunde liberdade com libertinagem”.
  • André Ventura e Nuno Graciano
16 Março 2021, 19h25

O apresentador de televisão Nuno Graciano apresentou-se como candidato do Chega à Câmara de Lisboa com a promessa de irá “palmilhar a cidade toda”, numa atitude “de proximidade”, e com muitas críticas à “esquerda doentia que existe neste país e que não nos permite falar”.

No evento público de apresentação da candidatura, que decorreu nesta tarde de terça-feira junto ao Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa, o agora candidato autárquico referiu-se aos apelos nas redes sociais ao “Graciano bom é Graciano morto” como uma manifestação de discurso de ódio. “Eu e os meus filhos já fomos tão martirizados nestes dias que pergunto onde anda a democracia”, disse quem se apresentou como pai de quatro filhos, com 30 dos 52 anos de vida passados à frente das câmaras e que, após ter ouvido os problemas das pessoas nos programas televisivos, quer agora conhecer os “Tio Manuel”, “Dona Joaquina” e “Jovem Jorge” que residem na capital.

Sem avançar ideias para a gestão autárquica, reconhecendo estar ainda a “estudar pastas”, Graciano apresentou-se como um democrata para quem “a liberdade não é a mesma coisa que libertinagem” e garantiu que aceitou o convite do Chega com a certeza de que continuará a “pensar pela sua cabeça”.

Acabaria, na fase de perguntas e respostas – na qual disse que as suas declarações favoráveis à pena de morte ocorreram num “ambiente descontraído” em que lhe foi perguntado o que faria se um pedófilo atacasse uma das suas filhas -, por revelar que no passado foi convidado por outro partido para número dois “numa câmara muito importante na zona de Lisboa”, acabando por recusar por não se rever nessa força política.

Antes de Graciano falou o recém-reeleito presidente do Chega, André Ventura, que se referiu ao Padrão dos Descobrimentos como “uma zona tão simbólica da nossa cidade que tantos querem destruir”, contrapondo o orgulho do seu partido no que diz respeito à História de Portugal. Ventura apresentou o apresentador de televisão como “um excelente candidato, com um excelente projeto”, que se apresentará às próximas autárquicas “para vencer e não apenas para cumprir calendário”.

Além do candidato do Chega e do atual presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, que se recandidata pelo PS (com apoio do Livre), já são conhecidas as candidaturas do ex-comissário europeu Carlos Moedas, à frente da coligação entre PSD e CDS-PP (e que deverá englobar mais forças políticas), e da deputada do Bloco de Esquerda Beatriz Gomes Dias. O eurodeputado e vereador comunista João Ferreira deverá voltar a encabeçar as listas da CDU, enquanto a Iniciativa Liberal prepara o anúncio de uma solução para preencher o vazio deixado pela desistência de Miguel Quintas.

 

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