[weglot_switcher]

NYT: China utiliza Linkedin para recrutar espiões internacionais

O Linkedin é  a única grande plataforma social norte-americana que não foi bloqueada na China, uma vez que a empresa concordou em censurar publicações que contêm material delicado. Investigação do New York Times revelou aliciamentos por parte do regime chinês nas redes sociais.
3 Setembro 2019, 16h51

A plataforma LinkedIn pode estar a ser utilizada para a China recrutar espiões internacionais, avançou o jornal ‘The New York Times’.  A publicação norte-americana deu o exemplo de um ex-funcionário do governo de Barack Obama que recebeu uma proposta que seria “bem paga”, enquanto um ex-funcionário do Ministério das Negócios Estrangeiros da Dinamarca recebeu uma mensagem em que lhe forneciam “grande acesso ao sistema chinês”.

A denúncia foi feita pelo jornal norte-americano na investigação publicada no final de agosto. O regime chinês enviou mensagens através do LinkedIn, sendo que os responsáveis nunca se identificavam como chineses. Mas fontes da inteligência norte-americana denunciaram ao NYT que os agentes chineses estão a usar as redes sociais para recrutar ativos.

As agências de inteligência nos Estados Unidos da América, Reino Unido, Alemanha e França já emitiram diversos avisos sobre agentes estrangeiros que abordam utilizadores do Linkedin, sendo que os espiões chineses são os mais ativos neste tipo de contacto.

“Reparámos que os serviços inteligentes da China estão a fazer isto a uma grande escala”, afirmou William R. Evanina, diretor do Centro Nacional de Contra-Inteligência e Segurança, uma agência governamental norte-americana que alerta as empresas sobre possíveis contactos. “Em vez de enviar espiões para os EUA para recrutar um único alvo, é mais eficiente estar sentado atrás de um computador na China e enviar solicitações através de perfis falsos”, sustentou.

Os responsáveis pela gestão do Facebook, Youtube e Twitter revelaram que nas últimas semanas eliminaram contas falsas que se encontravam a divulgar informação falsa relativamente aos protestos em Hong Kong, com o Twitter a eliminar perto de mil perfis.

Propriedade da Microsoft, o Linkedin é um dos veículos preferidos para proferir a desinformação nas redes sociais, além de recrutar para espionagem. O recrutamento acontece nesta rede social, uma vez que os 645 milhões de utilizadores estão constantemente à procura de oportunidades de emprego.

O Linkedin é  a única grande plataforma social norte-americana que não foi bloqueada na China, uma vez que a empresa concordou em censurar publicações que contêm material delicado. As ofertas surgem muitas vezes sob o pretexto de uma empresa de recrutamento corporativo que se oferece para pagar palestras de consultoria.

Alguns destes aliciamentos passavam por convidar o ‘alvo’ a viajar para a China, às vezes sob o disfarce de uma empresa de recrutamento que se oferecia para pagar por palestras ou por consultoria. A partir daí, os agentes desenvolvem o relacionamento com o ‘alvo’, para o ativo começar a passar informação às autoridades chinesas.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.