Esta semana, a JP Morgan anunciou o despedimento de 1600 pessoas, aproximadamente 2% da sua força de trabalho.
Têm sido muitas as empresas a reduzirem o seu número de colaboradores nas últimas semanas nos EUA, podendo citar-se como exemplos o Twitter, Google, HP, Salesforce, Coinbase, Amazon, Shopify, Peloton, Gap, Snap, entre outros.
Naturalmente, cada caso é um caso e haverá empresas cuja proposta de valor estará a ser colocada em causa, mas vale a pena especular acerca dos motivos mais transversais a estes despedimentos.
A nível conjuntural, as empresas parecem estar a atuar em dois vetores.
Por um lado, corrigem as contratações em massa, e porventura em excesso, efetuadas no período pós- pandémico, quando tiveram de reagir de forma imediata a um aumento da procura. Agora, o cenário é inverso: as empresas estão a precaver-se ou mesmo já a reagir à mudança de ciclo económico, adaptando a sua estrutura.
No entanto, parece também estar subjacente um tema mais estrutural. A escassez do fator trabalho, o seu custo relativamente elevado, a rotação e a motivação dos trabalhadores e a conflitualidade laboral (relação entre empregados e empregadores), entre outros, estão progressivamente a levar as empresas a tentar intensificar o bypass ao trabalho.
Dito de forma mais simples, seja através da robotização, digitalização ou alteração dos modelos de negócio, evita-se a todo o custo ter de depender das pessoas.
Alguns exemplos visíveis são os Uber sem condutor em Las Vegas, os armazéns robotizados da Amazon ou os restaurantes que funcionam quase sem empregados de mesa, mas este movimento é muito mais amplo do que isso. E se muitas destas novidades têm surgido nos EUA, isso só acontece porque estão mais adiantados no processo.