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“O Chega não poderá dar um voto em branco a este estado de emergência”, diz André Ventura

O deputado único e presidente do Chega, André Ventura, considera que as divergências “em questões de fundo” quanto às restrições aplicadas pelo Governo impedem o partido que lidera de votar a favor da renovação do estado de emergência e pede “estabilidade e previsibilidade” para o Natal. Admite ainda que as presidenciais possam decorrer “debaixo de um estado de emergência”.
  • Mário Cruz/Lusa
16 Dezembro 2020, 12h43

O deputado único e presidente do Chega, André Ventura, afirmou esta quarta-feira que o partido vai votar contra a renovação do estado de emergência até 7 de janeiro. André Ventura considera que as divergências “em questões de fundo” quanto às restrições aplicadas pelo Governo impedem o partido que lidera de votar a favor da renovação do estado de emergência e pede “estabilidade e previsibilidade” para o Natal.

“O Chega não poderá dar um voto em branco a este estado de emergência, tal como não pôde dar no último. Há aqui questões de fundo com as quais discordamos (…) Portanto, o nosso voto será contra o estado de emergência”, referiu André Ventura, à saída de uma reunião com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, onde foi discutida a renovação do estado de emergência até 7 de janeiro.

O deputado único e líder do Chega considera que “não faz sentido” e manter algumas das restrições que estão regulamentadas, como é obrigar os restaurantes a fechar à 13h00, e sublinhou que o voto contra do partido à renovação do estado de emergência não tem a ver com “desconfiança face ao senhor Presidente da República”, mas sim com “as restrições que o Governo tem regulamentado”.

André Ventura apelou ainda ao Presidente da República para que os portugueses saibam “com o que é que podem contar” durante a quadra natalícia e “se mantenha o mesmo nível de restrições que já estavam definidas”. “Foi nesse sentido que, no último estado de emergência, decidimos alargar logo, apesar de só poder ser 15 dias, a informação de como seria, por estabilidade e previsibilidade”, sinalizou o líder do Chega.

“Apelámos ao Presidente da República para que sensibilize o Governo, que está todos os dias a mudar as medidas e a causar uma enorme instabilidade, e que para muitos operadores económicos, como o setor do turismo, restauração e hotelaria, esta altura do ano vai ser das poucas alturas do ano em que vão poder não recuperar, mas, pelo menos, colmatar um pouco aquilo que são as dificuldades por que têm passado”, disse.

Durante a reunião, André Ventura revelou que foi ainda abordada a questão das eleições presidenciais de janeiro e a forma como será feita a campanha e realçou que “o mais provável” é que o estado de emergência se venha a estender à data das eleições: “Muito provavelmente teremos uma campanha presidencial debaixo de um estado de emergência e (…) cabe-nos a nós, enquanto candidatos, (…) organizar a campanha tendo em conta as regras de saúde pública”.

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