Com a globalização a interligar pessoas em todo o mundo, e a Internet of Things (IoT) a interligar máquinas e dispositivos, a criação e o fluxo de dados, tanto estruturados como não estruturados, explodiu e continuará a acelerar – as estimativas variam mas todas apontam para algo como, em dado momento no tempo, o volume de dados gerado no último ano ou dois ser equivalente a todo o gerado pela humanidade anteriormente.

Os dados são como que os átomos da economia digital, e a questão que se coloca é: como minerar informação e conhecimento e como, no fundo, extrair valor a partir desta matéria-prima?

Algumas empresas e outras organizações cedo compreenderam que os dados encerram oportunidades incomensuráveis, uma vez que permitem compreender em profundidade a dinâmica do seu negócio, as preferências dos seus clientes, a relevância de cada característica dos seus produtos e serviços e as tendências emergentes que levarão a futuras vagas de crescimento.

Algumas também estão cientes dos perigos que advém deste dilúvio de dados, como o desnorte e a falsa sensação de segurança que pode resultar do excesso de informação, até a riscos como o de exposição indevida de dados, que podem ser utilizados contra a organização ou os seus clientes, colaboradores ou parceiros.

Temos inúmeros exemplos de liderança ou mesmo de obliteração de todo um mercado por via do armazenamento e processamento de grandes volumes de dados (vulgo big data) e a previsão de comportamentos futuros com base nos seus espelhos passados. Uma empresa de refrigerantes, por exemplo, lançou no mercado uma bebida inovadora com grande sucesso cuja fórmula foi determinada pela partilha por milhares de consumidores das suas escolhas e preferências em relação às proporções de ingredientes e de sabores.

A esmagadora maioria das organizações – 96% – reconhecem, num estudo que a EY publicará brevemente, realizado a nível global e abarcando muitas das maiores empresas do mundo e muitas start-ups, que não têm capacidades sofisticadas para explorar informação.

Nos anos vindouros será uma prioridade das organizações explorar o manancial de dados a que têm acesso e com eles aprender, manual e automaticamente, para encontrar vantagens competitivas ou até virar o modelo de negócio de pernas para o ar.