A 17 de outubro, as bicicletas amarelas da OFO estrearam-se em Lisboa e Cascais, o que tornou Portugal no 16.º país do plano estratégico de globalização da empresa. Outra empresa líder no mercado, a Mobike, iniciou a operação em Berlin, Alemanha, no dia 21 de novembro, sendo esta a 200.ª cidade na sua expansão de negócios.

De acordo com os dados estatísticos do relatório mais recente da QuestMobile (QM), o número semanal de utilizadores ativos da Mobike atingiu 27,84 milhões, ao passo que o número médio de utilizações por semana perfez 209 milhões. Quanto à OFO, os números fixaram-se em 23,93 milhões e 147 milhões, respetivamente.

Na verdade, além das cores amarela (OFO) e vermelha (Mobike), encontra-se um vasto leque de cores em muitas cidades chinesas, isto é, startups do mesmo género são mais do que duas. O que está por trás das iniciativas de deslocação ecológica e de economia partilhada é, portanto, um “campo de batalha” sem presença de pólvora, onde emergem progressivamente riscos no empreendedorismo através da Internet.

Naturalmente, nem todos os concorrentes conseguem sobreviver perante a concorrência feroz resultante da expansão da oferta. A lei da sobrevivência dos mais aptos elimina aqueles carenciados de financiamento, de diversidade de geração de lucros e de avanço tecnológico. Já no segundo semestre do corrente ano, encerraram sucessivamente seis empresas de bicicletas partilhadas, nomeadamente a Wu Kong Bike, a 3Vbike, a Ding Ding Bike, a Kuqi Bike, a Ming Bike e a Bluegogo, e os utilizadores perderam, no total, um depósito de mais de 1.000 milhões RMB.

A Mobike, cujo desenvolvimento se orienta para o mercado internacional, distingue-se dos concorrentes pelas boas estratégias. Com o custo de 1.500 RMB, cada bicicleta equipada com um cadeado inteligente permite um custo reduzido de manutenção, a eficácia contra furtos e a implementação da gestão inteligente de estacionamento de bicicletas através da plataforma do Big Data. Para diversificar as receitas, a Mobike lançou um conjunto de produtos derivados desde o início de julho, incluindo gabardinas, roupa de ciclismo, entre outros. Paralelamente, o Big Data da Internet das Coisas e as publicidades em aplicações móveis também têm gerado receitas para além do aluguer de bicicletas

Na China, país em rápido desenvolvimento onde se abraçam inúmeras oportunidades de empreendedorismo, criar um negócio não é difícil, o difícil é sobreviver. Para se enraizarem no mercado, os empreendedores precisam de conhecer o mercado, agarrar as oportunidades e os recursos, adaptar-se e inovar em resposta às mudanças constantes do mercado. Com a realização coroada de êxito da Web Summit, Portugal está a envidar todos os esforços para promover a tecnologia da Internet. Neste sentido, talvez seja boa ideia aprender com os êxitos e fracassos que já se registaram na China.