O Reino Unido continua empenhado em combater as alterações climáticas. Desde 1990, reduzimos as nossas emissões em 41%, enquanto o PIB aumentou 68% no mesmo período, demostrando que uma economia forte e em crescimento é compatível com a redução de emissões. Mas há mais a fazer.

O Banco Mundial estima que a economia global vai precisar de um investimento de cerca de 93 biliões de dólares nos próximos 15 anos para atender às necessidades da transição para uma economia de baixo carbono. O financiamento verde – a mobilização de capital privado para investimento em projectos sustentáveis ​​e ambientais – desempenhará um papel cada vez mais importante nessa transformação.

O Reino Unido (RU) é o maior exportador líquido de serviços financeiros a nível mundial, pelo que podemos tirar partido de uma liquidez sem paralelo e de uma vasta gama de serviços financeiros e conhecimentos técnicos aprofundados neste sector. Um acordo ambicioso sobre finanças verdes permitiriam ao RU continuar a catalisar desenvolvimentos nesta área depois do Brexit. Temos também uma longa história de inovação, nomeadamente no apoio e na incubação de startups na área de tecnologias limpas e eficiência energética.

Londres é também líder mundial em finanças verdes, tendo ficado recentemente no primeiro lugar do ranking do Z/Yen Global Green Finance Index. A primeira “obrigação verde” foi emitida em Londres pelo Banco Mundial em 2009 e, actualmente, existem 64 obrigações verdes cotadas na Bolsa de Londres, em sete moedas diferentes. No ano passado, houve uma emissão recorde de 110 mil milhões de libras (cerca de 127 mil milhões de euros) em obrigações verdes, comparado com 65 mil milhões de libras (cerca de 75 mil milhões de euros) em 2016. O primeiro Banco de Investimento Verde no mundo, agora detido pelo grupo privado Macquarie, também foi criado em Londres em 2012, tendo apoiado até hoje mais de 100 projectos de infra-estruturas verdes.

A fim de acelerar a transição para uma economia de baixo carbono e fortalecer a liderança do RU em finanças verdes, o Governo britânico lançou em Setembro de 2017 a Green Finance Taskforce – uma iniciativa liderada pelo sector privado que reúne especialistas do sector financeiro, académico e da sociedade civil.

Este grupo de trabalho acaba de divulgar um relatório que recomenda: aumentar o investimento em tecnologias limpas inovadoras, por exemplo através da criação de um fundo de capital de risco verde; criar Zonas de Regeneração de Crescimento Limpo em todo o RU; e melhorar a gestão dos riscos climáticos com dados avançados, criando um Centro de Análise Climática. Caberá agora ao Governo dar resposta às recomendações deste relatório.

Como refere o prefácio do relatório, “os desafios da transição para uma economia de baixo carbono são grandes, mas as oportunidades são ainda maiores”. E as finanças verdes são uma delas.

 A autora escreve de acordo com a antiga ortografia.