Diversos estudos apontam que consumidores da Geração Z preferem comprar marcas sustentáveis, estando a maior parte disposta a pagar mais 10% por esse tipo de produto. De forma semelhante, de acordo com a Nielsen, 75% dos Millennials são ecologicamente conscientes, chegando a mudar os seus hábitos de compra para produtos mais favoráveis ao ambiente.

O ESG, designado por Enviromental, Social e Governance, refere-se a um conjunto de padrões – ambientais, sociais e de governança – para o comportamento das organizações, frequentemente utilizado por investidores para avaliar potenciais investimentos. Um sistema que tem vindo a crescer e a evoluir a uma grande velocidade, dado que cada vez mais os investidores e empreendedores, principalmente Millenials e Geração Z, tentam dar mais importância às métricas ESG no processo de investimento e nas suas organizações.

Os Millennials têm vindo a contribuir bastante no que respeita ao investimento em ESG: em 2020, o valor investido em fundos sustentáveis atingiu os 51,1 mil milhões de dólares, sendo que em 2021, esse investimento totalizou 69,2 mil milhões de dólares, um novo recorde de investimento em fundos ESG, segundo a Morningstar.

A Geração Z também tem seguido este ímpeto. Num inquérito realizado a estudantes universitários em 2021, 51% consideram o investimento ESG como a tendência com mais potencial, e 40% afirmam que as suas decisões de investimento são guiadas por “empresas com propósito”. Tendo um rendimento que se espera venha a aumentar cerca de 140% nos próximos cinco anos, estas atitudes e valores sem dúvida que incentivam o interesse futuro no investimento ESG.

Por outro lado, a atenção que o investimento sustentável está a receber também tem levado algumas empresas a cometer greenwashing, fenómeno que se dá quando uma empresa leva o consumidor a acreditar que está perante um negócio ecológico, quando na verdade não está. Por outras palavras, muito do que é considerado ESG acaba por ser meramente uma estratégia de marketing. Isto tem aumentado o ceticismo do lado dos consumidores e investidores quando estão perante empresas ou produtos financeiros que alegam ter práticas sustentáveis.

No entanto, este tipo de situações chama igualmente a atenção de reguladores mobiliários, razão pela qual a Securities and Exchange Commission (SEC, o equivalente norte-americano à CMVM) está prestes a implementar novos regulamentos acerca do que pode ser considerado um produto financeiro ESG.

Em suma, as gerações mais novas estão cada vez mais envolvidas numa série de causas sociais, políticas e ambientais, e gradualmente vão percebendo que podem passar estas práticas para as suas decisões de investimento. Enquanto mais riqueza é transferida para eles, os Millennials e a Geração Z estão numa posição de liderança para fomentar a procura por ações públicas que beneficiem a sociedade e o planeta.

O artigo exposto resulta da parceria entre o Jornal Económico e o ITIC, o grupo de estudantes que integra o Departamento de Research do Iscte Trading & Investment Club.