Na era da transformação digital em que vivemos, o setor financeiro está a passar por mudanças significativas. Esta revolução no sistema financeiro é principalmente impulsionada pela ascensão das FinTechs, os novos players nos mercados financeiros.

O termo “FinTech” resulta da combinação das palavras “financial” (financeiro) e “technology” (tecnologia), o que em termos simples significa que são organizações que empregam tecnologia de forma inovadora para oferecer produtos e serviços financeiros disruptivos.

Ao alavancar tecnologias de ponta, como a inteligência artificial, análise de Big Data, computação em nuvem e blockchain, as empresas FinTech estão a transformar o panorama financeiro tradicional.

As FinTechs são fruto da nova revolução industrial, a Indústria 4.0, na qual o cliente está no centro das operações. Estes novos players priorizam atender às necessidades dos clientes de maneira eficiente.

De acordo com um estudo publicado pelo deVere Group, o uso de aplicações de Fintech na Europa aumentou em 72% devido à pandemia de Covid-19. Por exemplo, com o uso de smartphones, é possível ter acesso a uma vasta gama de serviços bancários sem a necessidade visitar uma agência pessoalmente ou lidar com burocracias. Este relacionamento mais próximo e a capacidade de operar de forma remota com o setor financeiro é uma das vantagens mais significantes trazidas pelas FinTechs, mudando a nossa perceção de instituições bancarias como instituições físicas para espaços digitais.

No entanto, a revolução FinTech não se restringe apenas ao setor bancário. Estima-se que, até 2030, este setor gere uma receita anual de 1,5 triliões de dólares, representando aproximadamente 25% do valor de mercado total do setor financeiro, de acordo com a empresa de consultoria Boston Consulting Group (BCG).

O impacto das FinTechs no mercado financeiro é abrangente, uma vez que estão presentes em diversos setores. Por exemplo, as FinTechs de pagamento, como a Revolut, facilitam transações e oferecem alternativas aos cartões tradicionais. Segundo a própria FinTech britânica, em 2022 aproximadamente 10% dos portugueses já possuíam ou possuem uma conta no banco Revolut.

Com o surgimento das moedas digitais, surgiram também as FinTechs de blockchain, que tornam a compra, venda e armazenamento de criptomoedas mais fáceis e eficientes.

Além disso, existem as FinTechs de crowdfunding que são plataformas que possibilitam investimentos coletivos em ideias, produtos ou marcas. Estás plataformas oferecem oportunidades de investimento não só para novas empresas em busca de recursos, mas também para investidores interessados em ver as suas próprias ideais prosperarem.

Em suma, o crescimento contínuo na adoção dos serviços oferecidos pelas FinTechs indicam uma transformação duradoura na forma como lidamos com o mundo financeiro, proporcionando novas possibilidades e oportunidades tanto para indivíduos como para empresas.

O artigo exposto resulta da parceria entre o Jornal Económico e o ITIC, o grupo de estudantes que integra o Departamento de Research do Iscte Trading & Investment Club.