[weglot_switcher]

O magnata dos casinos que levou Trump à Casa Branca

Sheldon Adelson, um antigo ‘never trump’, foi um dos maiores doadores da campanha de Donald Trump: apoiou-o com 25 milhões de dólares.
16 Novembro 2016, 06h01

O magnata, donos de casinos em Las Vegas e Macau, tem sido o mais influente contribuidor entre os doadores do partido Republicano. Quando ele está disposto a investir, outros grandes doadores vão atrás. Foi isso que aconteceu com Trump e, como forma de agradecimento, o novo presidente norte-americano deu a primeira entrevista ao jornal israelita Hayom, que pertence a Sheldon. “Estou muito empenhado em fortalecer os laços entre estas duas grandes nações”, disse Trump, que falou também sobre o processo de paz no Médio-Oriente.

Sheldon, que foi ‘cortejado’ por Trump durante longos meses para ser um dos financiadores da campanha, nunca ficou tímido ao falar da sua fortuna. Uma vez, em Washington, durante uma recepção oficial na Casa Branca, cumprimentou o presidente George W. Bush e disse-lhe: “Sabe, eu sou o judeu mais rico do mundo”.

Nesta altura, Adelson encontrava-se no terceiro lugar da lista dos mais endinheirados do planeta. Nas conversas informais com os amigos o empresário americano, casado e com cinco filhos, afirmava que em breve iria ser o líder e destronaria o investidor Warren Buffett e o fundador da Microsoft, Bill Gates.

Dificilmente este desejo será concretizado – segundo o ‘ranking’ da Forbes está no 14º lugar dos mais ricos do mundo, com uma fortuna avaliada em 31,7 mil milhões de dólares. A crise financeira, que penalizou fortemente o setor do jogo, roubou-lhe o sonho de liderar o ‘top’ dos multimilionários. Mas, aos 83 anos, a enorme influência política mantém-se – desta vez ao lado de Trump.

Nos negócios, a empresa Las Vegas Sands é a Meca do jogo. Situada em Los Angels e em Macau, gere diversos hotéis de luxo com mais de três mil quartos, 50 pisos e dezenas de casinos. Em Junho de 2009, a companhia inaugurou em Macau o maior casino do mundo, chamado Venetian.

Mesmo com a crise, Adelson nunca baixou os braços em situações desesperantes. Ele é filho de um imigrante lituano que trabalhava como taxista e de uma americana, proprietária de uma modesta retrosaria. Dormia com os três irmãos e os pais num pequeno quarto. Aos 12 anos, pediu emprestados 200 dólares a um tio para comprar os direitos da comercialização de jornais nas ruas da cidade. Durante quatro anos levantou-se todos os dias de madrugada para distribuir os diários. Insatisfeito com a rentabilidade do negócio decidiu, aos 16 anos, ir vender doces.

Mais tarde, abandonou os estudos no liceu de Boston para servir o exército. Esteva lá três anos e meio. “Muitas pessoas pensam que tipos como eu têm sucesso por explorar os empregados e passar por cima de toda a gente”, disse à revista ‘New Yorker’. O empresário admitiu ainda que o tempo passado no exército lhe deu mais consciência e empenho para ajudar os mais desfavorecidos.

Depois tornou-se consultor financeiro de empresas, investiu em imobiliário e antes de atingir os 40 já tinha uma fortuna avaliada em cinco milhões de dólares. “O meu pai dizia-me: ‘Sheldon, tu estás em todo o lado'”. Ainda antes de chegar ao primeiro milhão de dólares o empresário confessou a um amigo que um dia iria dar-se com ministros e presidentes. “Foi há muitos anos. Ele estava sentado à mesa, vestido com uma T-shirt e a comer comida chinesa”, disse Jason Chudnofsky, à revista ‘New Yorker’. Um dos seus lemas preferidos, que repete vezes sem conta aos funcionários é o seguinte: “Para quê esgaravatar o chão como as galinhas se podemos rosnar como um leão”.

 

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.