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“O nosso mel de cana é um produto muito versátil”

O responsável pela empresa refere que é difícil inovar no setor. Mesmo assim a Fábrica do Rio Sêco procura apostar noutros produtos com mel.
10 Dezembro 2017, 12h20

João Melim, um dos responsáveis pelo Engenho do Mel, no Ribeiro Seco,  reconhece que é “difícil de inovar” neste setor. Ainda assim, a empresa procura reinventar-se constantemente e, em 2008, lançou o mel de cana biológico.

“As características desta cana de açúcar são diferentes em relação à tradicional porque obedece a regras de controlo muito apertadas porque não pode usar pesticidas que não sejam próprios para uma plantação biológica”, explica.
“Estamos a ter crescimento” admite João Melim referindo-se às vendas deste produto. “Mas acontece a um ritmo lento”, acrescenta.

João Melim realça que as pessoas não estão muito vocacionadas para o que é biológico. “Já temos mais produtores de cana biológica o que ajuda a baixar o custo”.

Por volta de 2013 a empresa começou a produzir as broas e os bolos de mel.

“O mel de cana é versátil”, explica João Melim. Devido a isto o responsável pela empresa explica que se começou “a arranjar parcerias” e que este processo tem levado a que se desenvolva produtos como compotas, bombons de mel de cana, e bolo de mel.

“Pensamos em alargar esse leque”, menciona João Melim.

O responsável da empresa esclarece que o mel de cana pode ainda ser usado “na culinária de várias formas” para isso “basta ter imaginação” e consegue-se fazer “pratos fabulosos”.

“Os chef Michelin ficaram maravilhados com aquilo que viram e com o produto”, diz.

Entre o mel de cana clássico e o biológico a Fábrica do Ribeiro Sêco produz sensivelmente 100 mil litros. O bolo e a broa de mel têm uma produção muito mais baixa relativamente ao mel de cana, explica João Melim, referindo que esses produtos não são o core business da empresa.

“Fazemos porque é mais uma oportunidade para se escoar o produto”, esclarece. O escoamento de produto continua a ser uma preocupação para a empresa. João Melim refere que o engenho tem 20 a 30 toneladas de produto vindos de 2016.

O responsável diz que anda a “esticar a corda” de há quatro a cinco anos para cá, para não ficar “nenhuma cana de açúcar em cima do terreno”. Isto, explica, tem o intuito de “não prejudicar nenhum agricultor” que habitualmente entregue o seu produto na empresa.

“Isto faz com que fique stock em cima de stock”, refere João Melim acrescentando que este ano voltou “a produzir muito mais do que queria” e “sabemos o que nos está a custar”.

Mesmo assim João Melim diz que “é apanágio da empresa tentar criar um elo de ligação quase familiar com o agricultor”, esclarece. Para nós ele é uma peça fundamental. Sem ele nós não fazíamos mel de cana. “Socialmente isto envolve muita gente”, diz.

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