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O poder da fotografia de Nicolás Muller

O Centro Português de Fotografia, no Porto, mostra-nos o olhar comprometido de um dos nomes maiores da fotografia húngara, em 126 imagens, na sua maioria inéditas.
  • © Nicolás Mulller
28 Novembro 2021, 15h15

De origem judaica, Nicolás Muller viveu na Hungria o período que antecedeu a Segunda Guerra Mundial e, como a maioria dos judeus, teve de emigrar para salvar a vida. Nessa altura, viajou por Itália, França, Portugal, Marrocos e Espanha, onde fixou residência. Viveu os primórdios do nazismo, testemunhou uma época que deixou a Europa cheia de cicatrizes e registo a vida dos operários do seu tempo.

A exposição patente até 20 de fevereiro no CPF – Centro Português de Fotografia, no Porto, “Nicolás Muller. O olhar comprometido”, reúne 126 imagens, na sua maioria inéditas, produzidas entre 1937 e 1967, que acabam por documentar a sua viagem através dos países onde viveu. Esse périplo ilustra bem a história do século XX europeu e faz do fotógrafo húngaro um exilado, primeiro obrigado a fugir do seu país e depois a refugiar-se em diferentes países, devido à ascensão do nazismo e à perseguição aos judeus instigada por Hitler, até encontrar um porto de abrigo.

Do direito à lente da câmara fotográfica

Filho de boas famílias, Nicolás Muller cedo abandonou a advocacia, para desgosto do pai. Começa a fotografar aos 24 anos para a editora Athaenaeum, quando ainda vivia na capital, Budapeste. Em 1937, lançou-se num périplo pela Hungria humilde, “feudal e repressiva”. Esse banho de realidade irá marcar a sua carreira e tornar o seu olhar comprometido.

Nicolás Muller (Orosháza, Hungria, 1913 – Llanes, Astúrias, Espanha, 2000) faz parte de um grupo excecional de fotógrafos húngaros reconhecidos internacionalmente, tais como André Kertész, László Moholy Nagy, MartinMunkácsi, Francisco Aszmann, Eva Besnyö, Brassaï, Lucien Hervé, Mari Mahr e Robert Capa. E dá-nos, muitas vezes de forma despojada, um olhar muito próprio mas também universal.

A exposição é gratuita e pode ser vista de terça a sexta-feira das 10h00 às 18h00; fins de semana e feriados das 15h00 às 19h00.

 

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