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Improvisado, curto e de rápido consumo. Como o Tik Tok pode beneficiar as marcas portuguesas

Apesar de ser maioritariamente usado por adolescentes, Francisco Lopes, empreendedor português e criador do Portal da Sabedoria, defende que as empresas norte-americanas também têm utilizado a aplicação como forma de marketing.
  • DR
22 Janeiro 2020, 07h35

É a aplicação sensação do momento, acumulando mais de 1,5 mil milhões de downloads até ao terceiro trimestre de 2019. A aplicação chinesa Tik Tok está entre as plataformas mais utilizadas do ano, estando disponível em 150 países, gerando grande atração perante os utilizadores adolescentes.

A empresa conseguiu atrair a atenção do mercado e levantou mais de 4,3 mil milhões de dólares de investidores como o SoftBank, Goldman Sachs, Morgan Stanley.

Apesar de ser maioritariamente usado por adolescentes, Francisco Lopes, empreendedor português, criador do Portal da Sabedoria e co-fundador do Link de Stanford MBA, defende que as empresas norte-americanas também têm utilizado a aplicação como forma de marketing, investindo perto de cinco mil milhões de dólares em toda a divulgação de marketing de influência.

Sendo já uma aposta entre empresas norte-americanas, Francisco Lopes, que atualmente se encontra a desenvolver uma startup de marketing de influência, explica ao Jornal Económico qual o potencial que esta aplicação de vídeos curtos pode ter para as marcas e empresas no mercado português.

Como pode esta aplicação ser utilizada para a promoção de marca?

Além de anúncios diretamente na plataforma, semelhantes ao que Facebook e Instagram oferecem, as empresas podem fazer parcerias com criadores de conteúdo para posicionamento de produto, acedendo assim a uma plataforma de consumo de conteúdo que consegue captar atenção dos consumidores e que ainda é muito pouco competitiva. Ou seja, abrem-se oportunidades para campanhas com maior rentabilidade por euro gasto.

Para a maioria dos criadores de conteúdo o corte de audiência com mais peso é o dos 18 aos 24 anos de idade, e, apesar dos adolescentes muitas vezes não lhes comprarem diretamente os produtos, estes têm influência nas decisões do agregado familiar – 93% dos pais foram influenciados de alguma forma pelos filhos nos gastos familiares (Cassandra Report: Gen Z).

Com Portugal ainda a fazer a transição do Facebook para o Instagram, qual a vantagem da aplicação para as empresas portuguesas?

Em Portugal, já há criadores com centenas de milhares de seguidores portugueses que poderão fazer parcerias com marcas tanto para posicionamento de produto no conteúdo, como também criar conteúdo para as marcas. Além disso, vários criadores portugueses de YouTube e Instagram têm vindo a criar também conteúdo de Tik Tok. De facto, até nos Estados Unidos, só agora as empresas estão a olhar seriamente e a aperceberem-se da oportunidade, num mercado em que anúncios de Facebook e Instagram são cada vez menos económicos, devido à alta competição e saturação destes canais.

O que é que o Tik Tok pode trazer às empresas portuguesas que as outras redes sociais ainda não o tenham feito?

O Tik Tok permite às empresas interagirem com os consumidores em mais um canal e passarem a sua mensagem num novo formato de conteúdo – mais improvisado, mais curto e de rápido consumo -, que é especialmente apelativo para os consumidores mais novos. E nesta fase inicial permitirá às empresas obter maior valor por euro gasto.

Como é que as marcas olham para as redes sociais? As empresas ainda as encaram como fundamentais para a promoção de produtos ou já existem meios que considerem mais eficazes?

As redes sociais são cada vez mais apreciadas pelas marcas como um canal predileto para comunicar com consumidores, e as marcas que não considerem as redes sociais como pilares fundamentais das suas estratégias de marketing digital estão provavelmente a perder oportunidades de negócio. O poder das redes sociais vem não só do seu alcance, mas especialmente das comunidades de consumidores que se podem construir à volta da marca e do produto. Ao desbloquearem estas comunidades, as marcas poderão tornar os seus gastos em redes sociais bastante mais efetivos.

Sente que existe uma tendência para as marcas apostem cada vez mais nas redes sociais que têm mais implementação junto das gerações mais jovem?

Essa tendência de as marcas terem uma presença cada vez mais forte nas redes sociais deriva da necessidade das marcas comunicarem com os seus consumidores onde estes passam o seu tempo. No caso das novas gerações, esses meios têm sido maioritariamente as redes sociais, que atualmente são também plataformas de conteúdo – um jovem da geração Z vê em média 68 vídeos de curta duração por dia, 53 dos quais em redes sociais (AwesomenessTV).

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