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O professor de “ginástica”

Hoje aposentado, objetivo de felicidade para uns e infelicidade para outros, esta dicotomia leva-me a fazer uma retrospetiva da minha vida profissional.
30 Janeiro 2017, 18h00

Primeira conclusão global: fui um felizardo, ao ter tido uma profissão “gostosa”. Para aqueles que passaram mais de metade da sua vida a desempenharem funções atípicas da sua natureza, a aposentação, reforma, jubileu (nunca percebi estas diferenças adjetivas), foi quase uma expiação terrena.

Formado em 1972 como professor de ginástica, quase que sentia uma certa inveja dos meus colegas das outras disciplinas. Pudera! Eu era o “professor da brincadeira”. Até o meu vestuário era diferente – fato de treino e sapatilhas (por acaso eram bonitos, era vaidoso!) . Na maioria das vezes, aulas ao ar livre, jogos, bolas, correrias, trampolins. Já pensaram que tenho razão no tal ciumezinho dos meus colegas? Das matemáticas, químicas, geografias, que heroicamente, numa sala superlotada, tentavam penetrar em muitas cabeças “durinhas”. Suprema felicidade! Não tinha testes para corrigir e para “cúmulo” usufruía do mesmo salário.

Achei por bem fazer esta minha radiografia profissional-emocional, antes de iniciar algumas crónicas, para este órgão de comunicação social.

Lembranças do passado, vivências do presente e, porque não, do futuro? A temática será desporto e o seu universo complexo e atraente.

Não tenho formação literária, nem pretensões de escriba, por graça ou por provocação, alguns colegas em surdina diziam: professor de “ginástica” é uma licenciatura “do pescoço para baixo”, mas…recordo um pensador (não lembro o nome) que escreveu:

“Escrever não é falar

É exatamente o oposto

Escrever é usar as palavras que se guardaram.

Se falares de mais, já não escreves

Porque não te resta nada para dizer.”

Vou tentar, é um desafio!! No meu tempo “corpore sano mens sana”.

Hoje, era digital, reformulo: “Mens sana corpore sano”

Até breve.

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