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Convenção BE Madeira: O que defende Paulino Ascensão

O atual coordenador do BE Madeira defende que o apoio dado por parte do partido ao executivo camarário do Funchal deve ser “muito bem avaliada” e ponderada as condições em que ela “poderá ser reeditada e replicada” noutros locais. “A eventual opção por integrar coligações não pode decorrer da incapacidade de apresentar listas próprias”, diz Paulino Ascensão.
27 Fevereiro 2020, 07h45

O BE Madeira tem a convenção regional marcada para 7 de março. Paulino Ascensão e Tiago Camacho são candidatos à coordenação dos bloquistas madeirenses. Conheça quais são as estratégias e medidas apresentadas por Paulino Ascensão, atual líder do partido na região autónoma, na moção ‘A esperança que resiste’.

Na moção Paulino Ascensão diz que o BE deve ter maior número de candidaturas próprias nas autárquicas. Contudo o bloquista não exclui a possibilidade de outras formas de apoio se apresentarem a eleições autárquicas.

O bloquista diz deve ser “muito bem avaliada” a experiência em curso no Funchal, onde o BE apoia o atual executivo camarário, e “ponderadas as condições em que ela poderá ser reeditada ou mesmo replicada” noutros locais.

“A eventual opção por integrar coligações não pode decorrer da incapacidade de apresentar listas próprias”, defende Paulino Ascensão.

Equipas locais para maior implantação local

O bloquista diz ainda que nas autárquicas, na Madeira, o BE tem apresentado fragilidades devido ao “deficiente investimento na organização do processo eleitoral, falta de meios e, principalmente, da reduzida implantação local”. Paulino Ascensão propõe a criação de equipas locais para preparar as eleições autárquicas no máximo de localidades e desenvolver atividades descentralizadas.

Na moção fica ainda crítica ao mandato da anterior coordenação, liderada por Roberto Almada, que diz ter sido marcado por “dificuldades e instabilidade interna”, acrescentando que o resultado das anterior convenção, que ditou Paulino Ascensão, como novo coordenador do BE Madeira, foi aceite com dificuldades.

“A renúncia ao mandato de deputado na Assembleia Legislativa da República pelo coordenador recém-eleito (Paulino Ascensão) foi explorada como oportunidade de reverter o equilíbrio de poder interno, a instabilidade acentuou-se e isso consumiu força anímica e tempo que deveriam ter sido canalizados para a organização das atividades previstas na moção vitoriosa”, justifica Paulino Ascensão.

Paulino ascensão propõe ainda a elaboração de uma agenda mensal de atividades subordinadas a diferentes áreas, onde a respectiva monitorização deve ser assegurada através de reuniões quinzenais.

O bloquista quer ainda que se promovam mais debates políticos sobre as grandes questões para o futuro da Madeira, e uma “comunicação de forma positiva” de propostas que respondam às dificuldades dos madeirenses.

Paulino Ascensão defende ainda que o partido deve enfrentar o poder económico e defender um setor público forte com controlo sobre setores estratégicos da economia regional,

O bloquista refere ainda que a região precisa de uma estratégia económica que crie emprego de qualidade em que a riqueza seja distribuída por todos.

BE representa “mudança efectiva” de políticas

Na moção intitulada ‘A esperança que resiste’ Paulino Ascensão defende que a democracia “está ameaçada no mundo” por uma vaga de demagogia populista e autoritária, e que o partido representa mudança efetiva de políticas na região autónoma.

“Os mercados desregulados são uma ameaça à democracia, conduzem a concentração da riqueza e do poder (riqueza é poder) e toda e qualquer concentração de poder é nefasta. Os poderes privados ombreiam e suplantam o poder dos Estados soberanos e ditam as regras que servem os seus interesses”, são outras ideias defendidas pelo atual coordenador do BE Madeira.

Paulino Ascensão defende ainda que o combate à crise ecológica “não pode” ser dissociado do combate contra o “modelo económico vigente, às desigualdades sociais” e por um novo modelo de sociedade com “democracia de grande intensidade que não exclua nenhuma área do poder do campo das escolhas democráticas e da participação popular, mormente o poder económico”.

O bloquista considera que a demagogia, o populismo e captura do poder político por interesses privados, têm sido evidente na política regional. Paulino Ascensão destaca ainda a “forte polarização” existentes nas eleições regionais entre dois partidos que são “dois lados de uma mesma moeda”.

“Uma bipolarização fulanizada, mas sem diferenciação relevante na proposta política”, vinca o candidato bloquista sobre as eleições regionais.

Paulino Ascensão defende ainda que  a “vontade de mudança na sociedade era grande e isso conduziu à concentração de votos e à penalização das demais candidaturas”

Nesse sentido o bloquista considera que é necessária uma mudança política, e que o BE representa uma “mudança efetiva de políticas”, acrescentando que essa necessidade de mudança “foi percebida como secundária pelos eleitores, face à perspetiva da ansiada mudança da cor dominante no Governo”.

Paulino Ascensão admite que se cometeram “erros de organização, de planeamento e de comunicação”, e que o BE Madeia tinha a sua candidatura e não estava integrado em coligação.

O bloquista afirma que a governação PSD e CDS-PP tem sido um “embuste monumental”, e que o Governo Regional tem estado dedicado “a repartir os tachos entre os partidos da coligação”, reforçando que ainda não começaram a resolver os problemas dos madeirenses.

 

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