Na próxima semana, inicia-se em Portugal a retoma das aulas totalmente presenciais que, nos últimos dois anos, têm sido várias vezes interrompidas, pelos motivos que todos, tristemente, conhecemos da pandemia e dos isolamentos familiares que a todos assolou.

Para mim, como para milhões de Portugueses, que somos pais com filhos em idades escolares, é um momento de enorme preocupação, mas também um enorme desafio. Todos tivemos os nossos filhos protegidos no conforto dos lares, vários meses durante os últimos dois anos, mas o mundo lá fora, apesar das brutais dificuldades, não para e continua a avançar à velocidade da luz.

As escolas são uma parte essencial da sociedade e vida das crianças, e o encerramento necessário que se verificou, devido à Covid-19, não pode mais afetar a sua educação. Espera-se, assim, que este seja um ano completo de convivência escolar presencial, sem interrupções e sem isolamentos

Por isso, neste regresso em que todos os pais ficam ansiosos, todos sabemos que as escolas estão totalmente preparadas e têm certamente planos para aplicar em caso de suspeita de alguma infeção ou nova propagação, sem pânico, perante uma ou mais situações que naturalmente vão existir.

Hoje, temos de reconhecer que não foi sustentável manter as nossas crianças praticamente presas em casa, pelo que nos resta confiar neste pós-férias no Estado, nas autoridades sanitárias e nas nossas comunidades escolares. Estamos perante uma nova realidade de proteção no ensino com a qual nunca esperávamos ter de conviver.

Já para a comunidade escolar, o ato de ensinar e terminar cada um dos anos letivos tem sido um enorme desafio, com aulas virtuais e ensino à distância à mistura. Professores, pais e alunos tiveram que lidar com o inesperado, mas a avaliação na educação, em traços gerais, não pode, com toda a honestidade intelectual, ser considerada negativa no que respeita ao esforço de todos os agentes educativos.

Esperança, portanto, agora que o desafio é outro e no formato totalmente presencial, numa nova adaptação das crianças ao contacto e convívio social. O desafio está também em lidar com a incerteza e as inúmeras dúvidas que ainda persistem, sabendo apenas, à partida, que as nossas crianças são sempre um veículo transmissor, pois representam um risco maior de contágio aos adultos e idosos.

Isto sem esquecer que continuam a ser muitas as incertezas e as contradições, demasiadas as fake news e os mitos e opiniões, sem qualquer fundamento. É, pois, perante este cenário que teremos que filtrar, para cada um de nós e para as crianças, a informação necessária e mais fiel para que tudo possa correr bem.

As aulas estão mesmo de volta e nada será como dantes. Mas todos temos de encarar as mudanças e alterações como uma nova normalidade, visto que nos últimos anos e com muitas sequelas, tumultos e sobressaltos, todos lutámos pela sobrevivência coletiva de Portugal.

Preparados ou não, eis que chegamos ao início do novo ano letivo e, certamente por vários motivos, o mais difícil das nossas vidas de pais em clima de total desconfinamento. Nesta matéria é bom lembrar e nunca relaxar…