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O sistema mais inovador de eficiência energética do país

Depois da Expo 98 comemorar duas décadas, o Parque das Nações continua a ser um exemplo com a introdução em Portugal do conceito de distribuição centralizada de frio e calor, à escala de uma cidade, tendo conseguido cortar em 40% as emissões de CO2.
15 Setembro 2018, 14h00

Em 2018 comemoram-se os 20 anos da abertura da Expo 98, a Exposição Mundial cujo tema “Os oceanos: um património para o futuro” se juntou à celebração dos 500 anos dos descobrimentos portugueses e que veio marcar a cidade de Lisboa. Um evento que resultou na transformação  completa da zona oriental da capital portuguesa e da devolução da cidade ao rio Tejo, sendo um dos maiores projetos urbanísticos realizados em Portugal, até à data.

Com este empreendimento que resultou na construção de edifícios públicos e privados e na requalificação dos espaços urbanos, chegou também ao nosso país um sistema inovador e pioneiro, a nível da eficiência energética. De facto, a Climaespaço introduziu em Portugal o conceito de distribuição centralizada de frio e calor, à escala de uma cidade. “Aliás, construímos no Parque das Nações a primeira rede urbana de frio e calor do sul da Europa. Fomos pioneiros na introdução em Portugal de uma solução tecnológica do futuro e temos muito orgulho nisso. Hoje, só na Europa existem mais de 6.000 redes de frio e calor. E cada vez mais cidades, um pouco por todo o mundo, estão a apostar em sistemas idênticos”, revela João Castanheira, CEO da Climaespaço. Em duas décadas a empresa já investiu cerca de 80 milhões de euros neste projeto.

O responsável adianta que as redes de frio e calor são a solução de climatização ideal para a chamada transição energética, esta verdadeira revolução que está em curso. “Com uma rede podemos, em qualquer momento, adicionar novas forma de energia e novas tecnologias, mais eficientes. E todo o bairro ou toda a cidade beneficia imediatamente dessas inovações tecnológicas, com ganhos ambientais imediatos, em larga escala. A mesma transformação leva décadas a acontecer nos casos em que cada edifício ou cada apartamento tem o seu próprio sistema de climatização individual”, explica.

20 anos depois, a rede da Climaespaço e a sua central de trigeração de alta eficiência continuam a ser uma grande referência internacional, visitada por gente de todo o mundo e replicada em muitas cidades. Porém, contrariando uma tendência global, continua a ser a única verdadeira rede urbana de frio e calor existente no nosso país. Portugal tem muito que ensinar em matéria de energias renováveis, mas temos muito que aprender em termos de eficiência energética.

Com este sistema, evitou-se a instalação de milhares de equipamentos de ar condicionado, caldeiras e esquentadores. “E com isso, protegemos a qualidade arquitetónica de um bairro fabuloso, como é o Parque das Nações, que se afirmou como uma verdadeira sala de visitas da cidade de Lisboa e do país”, acrescenta João Castanheira.

Por outro lado, ao contrário do que acontece nas grandes centrais elétricas – que despejam calor na atmosfera, no mar ou nos rios – a Climaespaço recupera todo o calor, transformando-o em água quente e água gelada, que distribuímos aos edifícios do Parque das Nações. Assim, o CEO avança que reduziram o consumo de energia primária face aos sistemas convencionais e cortaram em 40% as emissões de CO2.

João Castanheira adianta ainda que a Climaespaço é uma empresa portuguesa, gerida por uma equipa 100% portuguesa, mas faz parte do Grupo ENGIE, um player global do setor da energia, líder na transição energética. A ENGIE tem uma forte presença em Portugal, onde conta com cerca de 600 colaboradores, boa parte dos quais dedicados a projetos de eficiência energética, tanto nos edifícios como na indústria. “Somos também o 2º maior produtor de eletricidade do país e realizámos investimentos muito importantes em energias renováveis.

Através da TrustWind, operamos quase 500 MW de energia eólica em Portugal”, acrescenta.

 

Mais de quatro mil clientes em Portugal

Atualmente, a Climaespaço através da rede de frio e quente, abastece quase 4.000 clientes, incluindo os grandes edifícios de referência do Parque das Nações, cada vez mais hotéis, edifícios de escritórios e milhares de clientes residenciais. E continua todos os anos a ligar novos edifícios.

João Castanheira admite que a rede da Climaespaço é um dos maiores projetos de eficiência energética realizados em Portugal. “E foi construído há 20 anos, muito afrente do seu tempo, numa altura em que pouco se falava de alterações climáticas. Mas o mais importante para nós não é falar do passado, é projetar o futuro. Queremos realizar um upgrade tecnológico na rede do Parque das Nações, tornando-a ainda mais eficiente e adicionando uma componente renovável. E queremos investir em novas redes de frio e calor, noutras cidades do país. Não queremos que Portugal continue a ficar para trás neste domínio”, garante.

O responsável assegura que há uma revolução em curso no mundo da energia. As renováveis são a face mais visível dessa revolução, mas antes de tudo mais é preciso poupar energia, ser eficiente. “O mundo do futuro terá, sem dúvida, muitas mais redes urbanas de frio e calor, como aquela que a Climaespaço construiu no Parque das Nações”, conclui.

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