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Obama considera que Trump cometeu um “grande erro” em rasgar o acordo nuclear com o Irão

Barack Obama considera que o “constante desrespeito pelos acordos internacionais” pode “levar a uma perda de credibilidade” dos Estados Unidos no contexto diplomático.
  • Joshua Roberts/Reuters
9 Maio 2018, 12h20

O antigo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, considera que a decisão do atual chefe de Estado, Donald Trump, em rasgar o acordo nuclear com o Irão foi “um grande erro”. Barack Obama considera que o “constante desrespeito pelos acordos internacionais” pode “levar a uma perda de credibilidade” dos Estados Unidos no contexto diplomático.

Numa declaração publicada na rede social Facebook, Barack Obama defende que o acordo assinado entre o Irão e o grupo de países P5+1 (China, Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia – com assento permanente no Conselho de Segurança da ONU – mais a Alemanha), durante a sua Administração, em 2015, estava a cumprir o seu propósito e acredita que colocá-lo em risco “sem ter havido qualquer violação iraniana do acordo é um grave erro”.

“O Joint Comprehensive Plan of Action (JCPOA) é do interesse dos Estados Unidos. Ele reduziu significativamente o programa nuclear do Irão e é um exemplo de que a diplomacia se pode realizar. O regime de inspeções e verificação do acordo é precisamente aquele em que os Estados Unidos deveriam estar a trabalhar para estabelecer com a Coreia do Norte”, afirma Barack Obama.

O antigo líder norte-americano considera que reconhece que “haverá sempre mudanças nas políticas e prioridades de uma Administração para a outra”, mas salienta que com “o constante desrespeito pelos acordos internacionais, [os Estados Unidos] arriscam-se a corroer a sua credibilidade e colocar-se em desacordo com as maiores potências do mundo”.

A União Europeia veio lamentar a decisão de Donald Trump e garantir que está “determinada a preservar” o acordo nuclear com o Irão. “Esta foi uma das maiores conquistas da diplomacia, que conseguimos juntos. Mantenham-se fiéis aos vossos compromissos e nós permaneceremos fiéis aos nossos. Juntamente com o resto da comunidade internacional, vamos preservar o acordo nuclear”, assegurou Federica Mogherini, alta representante da União Europeia para a Política Externa.

A par com outros líderes europeus como o presidente francês, Emmanuel Macron, e a chanceler alemã, Angela Merkel, também o Governo português veio criticar a decisão tomada pelos Estados Unidos. “Nós, Portugal, e a União Europeia tudo fizemos para convencer os nossos amigos americanos a não darem este passo”, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.

“Sem o JCPOA, os Estados Unidos podem ver-se numa situação em que são obrigados a escolher entre um Irão com armas nucleares ou uma nova guerra no Médio Oriente”, avisa Barack Obama.

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