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OCDE corta estimativa do crescimento da economia portuguesa em 2019 para 1,8%

Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico destaca que têm sido os fatores internos a suportar a expansão do PIB e que o consumo privado deverá continuar a aumentar, mas que o menor dinamismo da economia dos parceiros comerciais de Portugal terá impacto negativo nas exportações portuguesas. 
21 Maio 2019, 10h00

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) reviu em baixa a estimativa do crescimento da economia portuguesa em 2019, para 1,8%, menos 0,3 pontos percentuais do que no relatório de novembro. A organização liderada por Ángel Gurría destaca que têm sido os fatores internos a suportar a expansão do PIB, mas que a contração da economia dos parceiros comerciais de Portugal terá impacto nas exportações portuguesas.

No “Economic Outlook”, publicado esta terça-feira, a OCDE estima que o crescimento do PIB seja de 1,8% em 2019 e de 1,9% em 2020.

A OCDE corta assim a previsão de novembro, na qual projetava uma expansão da economia nacional de 2,1% neste ano. Esta descida da organização internacional surge depois da atualização em abril das metas do Governo para 1,9%, no Programa de Estabilidade e Crescimento. A estimativa da OCDE, que se mantinha até à data a mais otimista entre as instituições nacionais e internacionais, fixa-se assim abaixo da do Governo, mas acima da Comissão Europeia e do Banco de Portugal, que estimam uma expansão de 1,7% este ano, ligeiramente acima dos 1,6% previstos pelo Conselho de Finanças Públicas.

Para 2020, a OCDE mantém a estimativa de crescimento do PIB português de 1,9%, em linha com as Finanças.

“O consumo privado continuará a aumentar em resposta ao crescimento do emprego permanente e, mais recentemente, ao aumento dos salários”, explica a instituição, acrescentando que o crescimento do investimento empresarial deverá continuar robusto, com fortes lucros corporativos e condições financeiras acomodatícias.

A instituição com sede em Paris considera que “a política orçamental continuará a apoiar o crescimento económico em 2019 e 2020”. No entanto, realça que a redução da dívida pública deverá continuar a ser uma prioridade, “em parte através da introdução de mudanças na política de produtividade”.

A OCDE destaca ainda que a atual regulação em alguns setores, incluindo serviços e transportes, deveria sofrer alterações, assim como aconselha reformas no sistema judicial e uma maior aposta na orientação vocacional.

Menor dinamismo do mercado espanhol, alemão e britânico afeta exportações portuguesas

Apesar de explicar que o crescimento da economia nacional tem sido impulsionado por fatores internos, a OCDE sublinha que “é esperado que o crescimento económico nos mercados de exportação, como Espanha, Alemanha e Reino Unido, diminua, sendo um obstáculo ao crescimento das exportações”.

“Uma redução gradual na folga económica irá provocar um ligeiro aumento da inflação nos próximos anos”, identifica o relatório da OCDE.

“Os riscos para as perspectivas incluem um aperto das condições financeiras”, acrescenta a instituição, considerando que um aumento das taxas de juro no mercado poderá afetar a despesa das famílias e contribuir para um aumento dos níveis de malparado nos balanços dos bancos.

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