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Oceanos. Presidente da República destaca papel pioneiro de Portugal nas renováveis

“No caso de Portugal, fomos pioneiros em muitos campos, como as renováveis. Quando começámos a substituir outras formas de energia alguns disseram éramos tolos, não éramos, agora queremos antecipar as metas internacionais”.
26 Junho 2022, 16h06

O Presidente da República destacou hoje o papel pioneiro de Portugal na aposta nas energias renováveis, quando muitos diziam que isso era “uma tolice”, e a importância de acordos globais, mas de ações locais.

Na sessão de encerramento do Fórum da Juventude e Inovação da Conferência dos Oceanos da ONU 2022 (UNOC – United Nations Ocean Conference), que decorreu na praia do Carcavelos (concelho de Cascais), e na qual participou também o secretário-geral da ONU, António Guterres, os dois responderam à pergunta de uma jovem queniana, Nancy, depois de alguns dos delegados presentes terem apresentado as suas propostas.

“Queremos saber do vosso lado o que vem a seguir? Nos próximos dias há uma grande conferência sobre os oceanos, como vão levar estas ideias avante?”, questionou.

Na resposta, o chefe de Estado destacou que é essencial “vontade política”, mas também o apoio das populações neste combate contra as alterações climáticas e pelos oceanos, incluindo-as através da educação e da participação

“Estes problemas não podem ser resolvidos por um único país, um único município, é por isso que esta conferência é tão importante, num momento em que tantos falam em unilateralismo, apostar no multilateralismo”, disse.

Finalmente, o chefe de Estado português defendeu que, para lá dos acordos globais, é necessária “implementação local e nacional”

“No caso de Portugal, fomos pioneiros em muitos campos, como as renováveis. Quando começámos a substituir outras formas de energia alguns disseram éramos tolos, não éramos, agora queremos antecipar as metas internacionais”, frisou.

O Presidente da República deixou ainda uma nota de urgência, citando António Guterres, dizendo que se está “a correr contra o relógio”.

“Esta é uma guerra em que fomos derrotados, já não estamos em posição de reverter, mas temos de recuperar. Os líderes políticos passam, os oceanos não passam, estão cá há milhões de anos, vão continuar a estar”, sublinhou.

Em resposta à mesma questão, sobre como avançar na defesa do ambiente e, em particular, dos oceanos, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que é preciso passar para uma fase em que os jovens não só são ouvidos, mas também incluídos nas decisões.

“Temos agora de avançar para uma nova fase, que é o tempo das codecisões […] de forma a que os jovens possam contribuir efetivamente para as decisões”, apontou o responsável, que considerou que as fases de negação das alterações climáticas e da propaganda estão ultrapassadas.

Guterres sublinhou ainda que é necessário adotar “uma nova forma de atuar” que inclua as comunidades locais e decisões baseadas na natureza.

A iniciativa terminou com o ator e ativista climática Jason Mamoa, que foi um convidado especial do encerramento deste Fórum, a entregar ao Presidente da República português o bastão que simboliza os objetivos da ONU do desenvolvimento sustentável, e com uma fotografia de família com todos a gritarem: “Oceanos!”.

A Conferência dos Oceanos das Nações Unidas (UNOC, sigla em inglês) vai realizar-se este ano em Lisboa (no Altice Arena), copresidida por Portugal e pelo Quénia, entre segunda e sexta-feira, e contará com a presença de chefes de Estado e de governo de todos os continentes.

São esperados mais de 7.000 participantes de mais 140 países, 38 agências especializadas e organizações internacionais, mais de mil organizações não-governamentais, 410 empresas e 154 universidades.

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