ODS é o acrónimo de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e fazem parte da Agenda da ONU 2030, iniciada há oito anos, como um guia universal de 169 metas para os oito mil milhões de pessoas conseguirem um mundo mais inclusivo e sustentável. Os objetivos transversais 5P – Planeta, Pessoas, Parcerias, Paz e Prosperidade – ambicionam uma vida digna para todos em sintonia com a preservação do planeta para as gerações futuras.
O guia integrado de ação tem previstos 17 exigentes objetivos mundiais em áreas estratégicas como a pobreza, saúde, educação, igualdade de género, redução das desigualdades, energia, água e saneamento, padrões sustentáveis de produção e de consumo, cidades e comunidades sustentáveis, proteção e uso sustentável dos ecossistemas terrestres e infraestruturas.
Trata-se de uma visão a longo prazo, para a qual todos os cidadãos são chamados a contribuir, para garantir que ninguém fica para trás. Para tal, é necessário um grande esforço de comunicação e sensibilização sobre o impacto real na vida quotidiana, bem como a ampliação dos níveis integrados de decisão e ação.
Entre críticas e reflexões, em oito anos de implementação, a verdade é que continuam a constituir um instrumento de advocacia, um meio comum para a mobilização e promoção da cidadania ativa, parcerias e oportunidades de financiamento para melhorar o futuro comum.
Será que Portugal está a dar o seu contributo? Os números divulgados pelo INE e pela PORDATA evidenciam que ainda há muito trabalho a fazer para atingir as metas até 2030. Contudo, é preciso sublinhar que são diversas as plataformas nacionais que têm desenvolvido instrumentos para promover a visibilidade dos ODS a diferentes níveis e escalas de reflexão, comunicação, capacitação, monitorização e identificação de boas práticas.
A plataforma ODSlocal- Plataforma Municipal dos Objetivos de Desenvolvimento Local, promovida pela academia, criou um instrumento de monitorização e capacitação adaptado à realidade dos municípios portugueses. A territorialização dos ODS fez considerar apenas 119 metas, das quais 25 adaptadas a enfrentar a complexidade dos objetivos a nível local, com foco na mobilização e capacitação dos decisores e técnicos municipais, agentes locais e cidadãos.
No âmbito do projeto “Geração ODS”, a Plataforma Portuguesa das Organizações Não-Governamentais para o Desenvolvimento (ONGD), tem implementado um plano de comunicação multicanal para o exercício de uma cidadania global na adoção de comportamentos ODS no dia a dia. O Portal Colaborativo e o Caderno Geração ODS são os veículos utilizados “para recentrar as pessoas no eixo do desenvolvimento”, ao impulsionarem a capacidade destas em dar respostas adequadas aos desafios que enfrentam e, assim, “garantir práticas que podem ser usadas para refletir, agir e mobilizar em torno dos ODS”.
A Aliança ODS Portugal, como parte da plataforma da Global Compact Network Portugal, tem promovido as pontes de diálogo e cooperação do setor empresarial para a concretização dos ODS. Com base num grupo alargado de membros, empresas e organizações com e sem fins lucrativos públicas e privadas, fomenta e divulga iniciativas bem-sucedidas, possibilitando a “aprendizagem horizontal e o reconhecimento internacional das iniciativas portuguesas”.
Com esta amostra, compreendemos a abrangência das iniciativas na visibilidade dos ODS em Portugal. No entanto, é necessário ampliar mais a proximidade com o cidadão comum para que a meta de transformação global para um mundo mais inclusivo e sustentável seja uma realidade em 2030.