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OE2022. Marcelo escuta expectativas e preocupações dos partidos políticos

Os Deputados Únicos Representantes de um Partido, Livre e PAN, têm esperança do acolhimento das suas propostas na especialidade, enquanto os Grupos Parlamentares deixam críticas à estratégia do governo.
9 Maio 2022, 17h01

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, recebeu esta segunda-feira os partidos políticos em Belém para ouvir as suas preocupações relativamente ao Orçamento de Estado para 2022 (OE2022). Os deputados únicos representantes de um partido, Livre e PAN, têm esperança no acolhimento das suas propostas na especialidade, enquanto os Grupos Parlamentares deixam críticas à estratégia do governo.

Para o Chega, o “documento já era mau porque era uma réplica do Orçamento que foi chumbado”, mas agora tem a agravante de o mundo já não ser o mesmo. “Nós estamos hoje a viver uma guerra na Europa e um surto inflacionista como não esperávamos. O Governo mantem-se inamovível quanto à aceitação de propostas de alterações e sugestões por parte da oposição”, sublinhou André Ventura.

“Isto está a acontecer tanto à esquerda como à direita e portanto é importante que o Presidente da República esteja informado”, acrescentou, demonstrando preocupação com a inflexibilidade executiva.

O PCP, representado por Jerónimo de Sousa, diz que Governo vai confrontar-se “vai confrontar-se com a realidade” do agravamento das condições de vida  e de trabalho das famílias portuguesas por causa das escolhas que fez no Orçamento do Estado.

O secretário-geral lamenta que o OE2022 é “quase um decalque, em muitas matérias, do orçamento apresentado há cinco meses” que, ainda por cima, “deixou cair” propostas dos comunistas como a criação de uma rede pública de creches, que considera um “elemento importantíssimo para os jovens casais que iniciaram a sua vida profissional”.

A coordenadora do BE, Catarina Martins, acusa o Governo de estar a combater a inflação com uma estratégia “errada” que desvaloriza a verdadeira dimensão do problema, rejeitando a  premissa de que o fenómeno é transitório uma vez que já perdura há mais de um ano e não há sinais de abrandamento.

O executivo socialista “não tem nenhuma medida eficaz de controlo de preços” e está à “espera de que a quebra de salários e venha a controlar o ciclo de inflação”, continuou a bloquista. A deputada sustentou que o Governo está a seguir uma trajetória no sentido “de um empobrecimento da população portuguesa”.

O PSD focou a sua intervenção aos jornalistas sobretudo na polémica receção de refugiados ucranianos por russos pró-Putin em Setúbal. O ainda presidente Rui Rio recusou tomar posição relativamente à proposta de inquérito parlamentar por ter sido feita por um candidato à sua sucessão, Luís Montenegro.

Defendeu, contudo, que “o tratamento dos refugiados e a forma como são questionados, que é também o que está em causa, e por quem são questionados é um problema de ordem nacional, não é um problema de ordem concelhio”, embora tenha “uma componente local”.

De volta ao OE2022, Rui Tavares, líder e fundador do Livre, afirma ter esperança de que as propostas apresentadas pelo seu partido sejam incluídas numa nova versão do documento, sublinhando que o sentido de voto irá variar mediante a inclusão ou exclusão das mesmas.

Algumas propostas de alteração do documento incluem, por exemplo, a inscrição de verbas para o isolamento térmico das habitações dos portugueses, ou a disponibilização do subsídio de desemprego para um dos elementos de um casal quando o outro recebe uma proposta de emprego no interior do país.

“Este é o primeiro teste, a primeira prova de fogo, para o tipo de Governo que a maioria absoluta do PS quer ser. Se de facto vai ser uma maioria dialogante na prática, como diz, ou se vai ficar apenas pelas palavras”, disse a porta voz do PAN Inês de Sousa Real, que anunciou que o partido vai pedir reuniões setoriais com o executivo socialista.

A deputada única refere a prioridade de propostas que incluem tanto matéria climática como de igualdade, e destacou a inscrição de verbas que permitam o reforço térmico das habitações e dos transportes públicos como propostas apresentadas nesta fase de discussão da lei orçamental.

Notícia atualizada às 18:14 com as declarações de Rui Rio.

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